A Banco ABC Brasil (ABCB4) obteve rentabilidade de 15% no segundo semestre de 2025, com lucro de R$ 244 milhões
O Banco ABC Brasil registrou desempenho variado no segundo semestre de 2025, acompanhado de crescimento mais modesto da carteira.

Entre abril e junho de 2025, o Banco ABC Brasil (ABCB4) obteve um lucro líquido recorrente de R$ 244,1 milhões.
Apresenta um crescimento de 8,2% em comparação com o trimestre anterior, porém, uma diminuição de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024.
O desempenho, conforme divulgado pelo banco, foi notavelmente impulsionado pela ampliação da carteira de clientes e pelo aumento da rentabilidade sobre o patrimônio líquido remunerado a títulos lastreados no CDI.
O retorno sobre o patrimônio anualizado (ROAE, sigla em inglês) apresentou 15,0% no trimestre, um crescimento de 0,93 ponto percentual (p.p) em relação ao período trimestral e uma queda de 1,15 p.p. no comparativo anual.
“Permanecemos comprometidos em crescer com disciplina, mantendo uma carteira saudável, capital robusto e um retorno competitivo aos nossos acionistas”, declarou Ricardo Moura, diretor de relações com investidores, estratégia & business development do Banco ABC Brasil, em comunicado.
A margem financeira gerencial do ABC Brasil, que considera a receita com crédito menos os custos de captação, atingiu R$ 604,4 milhões no segundo trimestre, representando uma expansão de 6,7% em relação ao trimestre anterior e de 1,1% em comparação com o ano anterior.
A margem financeira do mercado, que reflete a remuneração do banco nas operações de tesouraria, apresentou queda de 27,8% em relação ao segundo semestre de 2024 e de 14,3% em comparação com o trimestre anterior, porém permaneceu positivo, em R$ 70,9 milhões.
A margem com clientes aumentou 9,4% em relação ao trimestre anterior e diminuiu 1,8% em comparação com o ano anterior, atingindo R$ 372,6 milhões.
No último trimestre, a ABC Brasil também optou por reduzir o ritmo da expansão do seu portfólio de crédito, que alcançou R$ 52,1 bilhões, com um crescimento de 1,8% no período e 7,9% em doze meses.
O crescimento foi majoritariamente atribuído aos segmentos Corporate e Middle, que registraram expansões de 13,5% e 7,8%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
As receitas de serviços atingiram R$ 113 milhões entre abril e junho, apresentando um crescimento de 10,2% em comparação com o trimestre anterior e uma redução de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As despesas ascenderam a R$ 259,5 milhões, representando uma redução de 2,4% em comparação com o trimestre anterior, porém um aumento de 1,2% em relação à base anual.
A taxa de inadimplência (NPL) acima de 90 dias na carteira do banco diminuiu para 0,7% no período de abril a junho.
No entanto, os gastos da ABC Brasil com a provisão expandida aumentaram 24,5% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e 7,8% em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando R$ 79,1 milhões.
Quando analisados em relação à carteira expandida, esses gastos finalizaram o trimestre em 0,6%, um aumento de 0,11 pontos percentuais em comparação com os três meses anteriores.
As conclusões demonstram nossa habilidade de equilibrar o desenvolvimento saudável da carteira com a disciplina na gestão de riscos e custos. Consegui-mos manter a inadimplência em níveis historicamente baixos e fortalecemos nossa base de capital. Continuamos confiantes em nossa estratégia de longo prazo, declarou o diretor de RI do banco.
A avaliação do JP Morgan apresenta o balanço do Banco ABC Brasil (ABCB4) como “neutro a levemente positivo”.
A análise aponta para aspectos positivos, como o aumento da margem financeira, impulsionado pela margem financeira com clientes e pela expansão dos spreads, além das provisões inferiores ao previsto e pelo controle de despesas, conforme apontam os analistas.
Entretanto, em contrapartida, o banco americano aponta para a expansão da carteira de crédito ampliada ligeiramente abaixo do esperado, além de receitas com tarifas mais fracas, notadamente no banco de investimento.
Em linhas gerais, um trimestre adequado, com desempenho majoritariamente em linha. Avaliamos a ABC como uma ação negociada com desconto, porém sem catalisadores evidentes no momento, mantendo recomendação neutra, afirmou o JP Morgan em relatório.
Fonte por: Seu Dinheiro