A MRV&Co (MRVE3) obteve prejuízo de R$ 838 milhões no segundo trimestre de 2025 após a saída da Band-Aid na Resia; a operação no Brasil apresentou lucro

O efeito já era antecipado pelo mercado. Em julho, a MRV reconheceu uma perda contábil de US$ 144 milhões relacionada à subsidiária americana.

12/08/2025 18:51

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A MRV&Co (MRVE3) obteve prejuízo de R$ 838 milhões no segundo trimestre de 2025 após a saída da Band-Aid na Resia; a operação no Brasil apresentou lucro
(Imagem de reprodução da internet).

A MRV&Co (MRVE3) registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 838 milhões no segundo trimestre de 2025, conforme os dados do balanço divulgados nesta terça-feira (12), impulsionado principalmente pelo reconhecimento de perda contábil de US$ 144 milhões na Resia, segmento norte-americano e fator determinante nos resultados do conglomerado.

Apesar de indicar uma deterioração em comparação com o mesmo período de 2024, quando o grupo – que inclui a MRV, Lugano, Urba e a subsidiária dos EUA – apresentou prejuízo de R$ 69 milhões, o resultado já era amplamente previsto pelo mercado.

No início de julho, a empresa decidiu encerrar definitivamente a operação Resia e reconheceu um impairment de US$ 144 milhões. Os executivos da empresa explicaram que, com o aumento das taxas de juros do país – atualmente entre 4,25% e 4,50% –, os investidores passaram a demandar maiores retornos para investir em imóveis.

A consequência foi a queda expressiva nos preços de venda de imóveis residenciais. Desta forma, a Resia, empresa que desenvolve imóveis residenciais para aluguel, sofreu impacto direto.

O efeito de perda passou para a contabilidade do segundo trimestre de 2025. Essa é a única grande provisão relacionada à Resia, afirma Ricardo Paixão, CFO da MRV, ao Seu Dinheiro.

A receita operacional líquida consolidada foi de R$ 2,7 bilhões no período de abril a junho. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo segmento de incorporação, que inclui as marcas MRV e Sensia, com um crescimento de 20,8% na receita operacional líquida em relação ao segundo trimestre de 2024, atingindo R$ 2,525 bilhões. A margem bruta alcançou 29,4%, um aumento de 0,7 ponto percentual em comparação com o ano anterior.

MRV Incorporações

A principal divisão dos negócios registrou um lucro líquido atribuível aos acionistas no valor de R$ 88,342 milhões. Na base ajustada, que exclui efeitos não recorrentes, o lucro foi de R$ 125,496 milhões, um aumento de 65% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 467 milhões no trimestre, representando um avanço de 63,1% em comparação com o período de abril a junho de 2024. O valor superou as projeções da Bloomberg, que estimavam um crescimento de R$ 287 milhões. A margem bruta aumentou 4,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior, situando-se em 30,2%.

Segundo o CFO, uma parcela desse avanço pode ser atribuída ao bom desempenho do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

A Paixão ao Dinheiro afirma que o programa está funcionando muito bem, com parâmetros revisados recentemente em âmbito federal, além de observar avanços regionais, com um número maior de estados estudando essa solução e oferecendo subsídios adicionais para a compra do imóvel.

Contudo, a área apresentou um consumo de caixa de R$ 55,069 milhões no segundo trimestre, influenciado pelo atraso no repasse de unidades para a Caixa Econômica Federal, que atingiu 1.324 no final de junho, de 1.418 no final de março, gerando uma redução de R$ 77 milhões na geração de caixa.

As demais unidades do grupo

A Urba, focada em loteamentos, obteve lucro líquido de R$ 5,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 14,5 milhões no ano anterior. Já a Luggo, com atuação em imóveis para aluguel, apresentou prejuízo de R$ 19 milhões, revertendo o lucro de R$ 28,9 milhões no mesmo período do ano passado.

Em atualização.

Fonte por: Seu Dinheiro

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