A vitória de Milei: a inflação argentina registra o patamar mais baixo desde 2020, mantendo-se inferior a 2% pela terceira vez consecutiva

A redução da inflação indica a tentativa do governo argentino de alcançar a estabilidade, considerando as reformas radicais de Milei e o compromisso com…

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A Argentina apresentou uma inflação mensal de 1,9% em julho, representando um aumento em relação aos 1,6% de junho, porém mantendo-se abaixo do limite de 2% pelo terceiro mês seguido. No período de 12 meses, a taxa anual caiu para 36,6%, o menor índice observado em quase cinco anos e o mais baixo desde dezembro de 2020.

O combate à inflação é uma das principais prioridades do governo de Javier Milei, que assumiu a Presidência da Nação em dezembro de 2023 com uma inflação acumulada de 211,4%.

A administração implementou um ajuste econômico significativo, que interrompeu obras federais, suspendeu repasses aos estados e reduziu subsídios de serviços essenciais como água, gás, energia elétrica e transporte público.

A política de austeridade foi anunciada em sua campanha eleitoral e reforçada como uma política de motosserra.

As políticas implementadas resultaram em elevação notável nos preços para o consumidor e no aumento da pobreza no primeiro semestre de 2024, contudo, o governo obteve uma série de superávits das contas públicas e restabeleceu a confiança dos investidores.

Inflação na Argentina em julho

Em julho, certos setores contribuíram para o aumento acentuado da inflação na Argentina.

Lazer e cultura apresentaram aumento de 4,8% mensal, acompanhados por transportes e restaurantes, que registraram alta de 2,8%.

A inflação do mês também obteve algum avanço em razão do impacto dos incrementos nos preços controlados, influenciado pela desvalorização da moeda. O peso argentino registrou o mês mais negativo desde 2023, com perda superior a 12% em relação ao dólar.

Uma queda de valor desse porte não ocorria desde a desvalorização implementada por Milei no início de seu mandato.

Contudo, Milei e o ministro da Economia, Luis Caputo, comemoraram os números da inflação. O presidente argentino chegou a descrever Caputo como “o melhor ministro da Economia da história” em suas redes sociais.

Caputo ressaltou que a dinâmica de inflação inferior a 2% ao mês não se verificava desde novembro de 2017.

Milei implementa plano econômico

O avanço dos indicadores econômicos permitiu que Milei celebrasse um acordo de US$ 20 bilhões em empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril.

Este reforço de recursos, juntamente com as antigas dívidas do país com o FMI, constitui um sinal de confiança no plano econômico do presidente argentino. Controlar a inflação é fundamental para este acordo, assim como manter a taxa inferior a 2% mensais.

O Banco Central da Argentina já reduziu os controles cambiais, implementando um câmbio flutuante, e o governo adotou medidas para injetar dólares na economia, incluindo a permissão para o uso de moeda norte-americana não declarada e a flexibilização do mercado de títulos públicos.

A meta final é controlar a inflação, consolidar as reservas do país, otimizar a taxa de câmbio e fomentar o investimento.

O FMI projeta que a inflação argentina alcance 27% ao final de 2025, representando uma desaceleração notável em comparação com os 117,8% registrados no ano anterior.

Com informações do G1 e Folha de S.Paulo.

Fonte por: Seu Dinheiro

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