Alfred Nobel: Fortuna controversa, pólvora e um testamento que mudou o mundo

Alfred Nobel: Bilionário, inventor e a mudança drástica em sua vida após obituário e testamento em Paris.

30/09/2025 12:43

2 min de leitura

Alfred Nobel: Fortuna controversa, pólvora e um testamento que mudou o mundo
(Imagem de reprodução da internet).

A Lenda do Mercador da Morte: A História de Alfred Nobel

A história de Alfred Nobel, o inventor da dinamite, é marcada por uma lenda que o acompanhou até a morte: a de “mercador da morte”. Essa fama injusta surgiu de um erro de impressão que ocorreu em 1888, quando seu irmão, Ludvig, faleceu em Cannes.

Jornais franceses, confundindo-se, publicaram o obituário de Alfred Nobel, descrevendo-o como um homem que enriquecera ao criar meios para matar de forma mais rápida e eficiente. A manchete, “Le marchand de la mort est mort” (“O mercador da morte está morto”), ironicamente, refletia a percepção negativa que existia sobre o inventor.

Da Dinamite à Fortuna

Alfred Nobel, químico, engenheiro e industrial, inventou a dinamite para fins construtivos, como a abertura de túneis e canais. No entanto, a invenção rapidamente se tornou uma arma de guerra, intensificando o conflito e a violência.

Desde jovem, trabalhando na fábrica do pai em São Petersburgo, Nobel desenvolveu a nitroglicerina. Em 1864, a morte de seu irmão Emil, vítima de uma explosão, o motivou a buscar uma fórmula mais estável, culminando na patente da dinamite.

Expansão dos Negócios e Fortuna

Nobel expandiu seus negócios, abrindo fábricas na Europa e América do Norte, e adquiriu a siderúrgica sueca Bofors, transformando-a em um importante centro de produção de armamentos. Também esteve envolvido nos negócios da Branobel, empresa petrolífera em Baku, capital do Azerbaijão.

A combinação de explosivos, petróleo e indústria bélica resultou em uma fortuna estimada em 31,5 milhões de coroas suecas na época de sua morte, um valor que, em valores atuais, equivaleria a centenas de milhões de dólares.

O Testamento que Mudou a História

Apesar da reputação negativa, Nobel decidiu usar sua fortuna para beneficiar a humanidade. Em 1895, em Paris, deixou a maior parte de seus bens para a criação de prêmios anuais que reconheceriam aqueles que “conferissem o maior benefício à humanidade”.

A execução do testamento foi complexa, envolvendo a transferência de ativos de bancos franceses e participações em empresas de diversos países. Assistentes, Ragnar Sohlman e Rudolf Lilljequist, viajaram para garantir a missão, em algumas versões populares.

Os Prêmios Nobel e a Redenção

O fundo resultante, de 31,5 milhões de coroas suecas, foi aplicado em títulos, gerando a renda que sustentou os prêmios em Física, Química, Medicina, Literatura e Paz, a partir de 1901. O prêmio de Economia só foi criado em 1969.

Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, em San Remo, na Itália. Um ano depois, a fundação que leva seu nome já estava em operação, transformando a imagem do inventor, que antes era associada à morte, em uma figura de benfeitor da humanidade.

Autor(a):