A Ambipar (AMBP3) está preparada para entrar com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro, conforme reportagem da coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo, publicada em 18 de julho.
A ação deve ser apresentada na segunda-feira, 20 de julho, em decorrência da proximidade do vencimento da proteção cautelar da empresa contra seus credores. A proteção, que visa amparar a companhia contra ações judiciais, expira na próxima semana.
Resistência de Credores
Apesar de ter conseguido o apoio de alguns credores, incluindo debenturistas no Brasil e detentores de bonds negociados no exterior, a empresa enfrentou resistência de alguns credores locais, principalmente o Itaú.
Dificuldades na Reestruturação
A recuperação judicial se torna necessária devido à complexidade da dívida da Ambipar, que é majoritariamente composta por bonds, pulverizados entre diversos credores. Obter o consenso de um terço dos credores para um acordo se mostra um desafio significativo.
Exposição Bancária
Grandes bancos, como Bradesco, Itaú e Santander, também possuem exposição à dívida da Ambipar, através de linhas de capital de giro que somavam R$ 1,68 bilhão em junho. O Banco do Brasil e o Itaú também detêm debêntures da companhia.
Auditoria e Contrato com Deutsche Bank
Para auxiliar na reestruturação, a Ambipar contratou a consultoria FTI Consulting para realizar uma auditoria independente do seu caixa, buscando identificar possíveis erros nos registros contábeis. A consultoria também avaliará o contrato de derivativo com o Deutsche Bank, considerado um fator determinante da crise financeira da companhia.
Crise Financeira da Ambipar
A crise da Ambipar teve início com a saída do diretor financeiro da empresa, o que resultou na queda dos preços de seus bonds. O Deutsche Bank, por sua vez, solicitou o depósito de garantias adicionais no valor de US$ 35 milhões em contratos de swap vinculados a esses títulos, ativando um mecanismo de cross-default que poderia acionar R$ 10 bilhões em vencimentos antecipados de dívidas.