Ambipar Enfrenta Crise de Confiança e Busca por Caixa
A Ambipar (AMBP3) registrou uma nova sessão de forte queda no mercado acionário, impulsionada por um pedido de proteção contra credores que gerou uma crise de confiança entre os investidores. Às 14h45, o papel apresentava uma queda de 47,48%, negociado a R$ 3,75. A desvalorização se intensificou após uma queda de quase 60% no valor do papel desde segunda-feira (29).
Desempenho Recente e Questionamentos sobre o Caixa
O desempenho recente da empresa, que em 2024 havia sido uma das maiores valorizações do mercado, a trouxe de volta ao patamar de um ano atrás. A preocupação central gira em torno da situação financeira da companhia, especialmente a busca por um caixa que pareça ter desaparecido.
Investigação sobre a Ausência de Recursos
Credores da Ambipar estão investigando a localização de recursos financeiros, com relatos de que apenas US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 400 milhões) foram encontrados. Um analista, ouvido em condição de anonimato, destacou a incoerência da empresa ao alegar falta de recursos diante de um demonstrativo que reportava dívidas significativas.
Contradições nos Relatórios Financeiros
A situação se agrava com dados apresentados pela S&P, que apontava uma dívida de curto prazo de R$ 616 milhões, representando apenas 5% da dívida bruta. Ao mesmo tempo, a companhia possuía uma posição de caixa de R$ 4,7 bilhões no final do segundo trimestre, gerando questionamentos sobre a gestão financeira.
Rebaixamentos de Rating e Busca por Negociação
Além da S&P, a agência de risco Fitch também rebaixou a nota de risco da Ambipar, passando de ‘BB-‘ para ‘C’, um nível acima do calote. A empresa contratou a BR Partners (BRBI11) para assessorá-la na crise financeira, após uma semana de incertezas, marcada pela saída de diretores e o pedido de proteção judicial, considerado um passo em direção à recuperação judicial.
Causas da Crise e Negociações em Andamento
A crise da Ambipar tem raízes em eventos recentes, como o desabamento dos bonds com vencimento em 2031 e a exigência de um aditivo de US$ 35 milhões pelo Deutsche Bank. A situação levou a empresa a buscar uma negociação amigável com os credores, evitando a recuperação judicial.