Ambipar: Balanço com Atraso e Desaparecimento de Caixa Bilionário Suspeito

Ambipar enfrenta desafios financeiros e atraso no balanço de 3T25. Mercado e investidores aguardam números da empresa, enquanto a CVM investiga o desaparecimento de caixa bilionário. A recuperação judicial da Ambipar busca proteger a empresa, mas a falta de transparência gera ceticismo e incertezas

11/11/2025 18:34

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(Imagem de reprodução da internet).

Ambipar Enfrenta Desafios Financeiros e Atraso na Divulgação do Balanço

A Ambipar (AMBP3) está passando por um momento delicado, marcado por incertezas financeiras e um atraso na divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25). O mercado, investidores e credores aguardam ansiosamente por números que possam esclarecer a situação da empresa, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) busca transparência e a resolução de um mistério: onde desapareceu o caixa bilionário que a Ambipar reportava há poucos meses.

A Situação Atual e o Atraso na Divulgação

O balanço do 3T25, que deveria ser divulgado nesta quarta-feira (12), foi adiado devido ao processo de recuperação judicial da companhia. A Ambipar justifica o atraso pelo impacto das revisões financeiras e contábeis, além das recentes mudanças na diretoria financeira.

A empresa se comprometeu a finalizar e revisar o balanço o mais rápido possível, mas a incerteza persiste.

A Desaparecimento do Caixa Bilionário

A principal preocupação reside na aparente quebra de narrativa em relação aos números divulgados pela Ambipar ao longo de 2025. Em junho, a empresa reportou um caixa consolidado de R$ 4,7 bilhões, mas apenas quatro meses depois, pediu recuperação judicial, alegando crise de liquidez.

As investigações revelaram que o caixa real disponível na empresa, atualmente sob sigilo judicial, gira em torno de US$ 80 milhões – cerca de R$ 400 milhões – uma diferença significativa em relação aos quase R$ 5 bilhões divulgados meses antes.

A Investigação da CVM e a Busca por Transparência

A CVM demonstra grande preocupação com a falta de transparência da Ambipar, uma empresa listada na bolsa e que deveria prestar informações ao mercado. A autarquia busca acesso a documentos cruciais, como demonstrações contábeis especiais, contratos com bancos e fornecedores, e atas de deliberação interna.

A CVM considera desusitadas as discrepâncias entre os números divulgados e a realidade financeira da empresa.

O FIDC da Ambipar e a Nebulosidade Financeira

Outro capítulo nebuloso envolve as aplicações financeiras do caixa da Ambipar, especificamente uma suposta estrutura de FIDC (fundo de investimento em direitos creditórios). Esse FIDC teria realizado movimentações que chegaram à casa de R$ 1,2 bilhão pouco antes do pedido de recuperação judicial, além de aumentar as provisões para inadimplência.

A falta de informações públicas sobre a aprovação da operação e possíveis ligações com partes relacionadas acentuou a desconfiança do mercado.

A Recuperação Judicial e o Período de Proteção

A recuperação judicial da Ambipar avança com o chamado “stay period” – um período de 180 dias em que a empresa fica “blindada” contra execuções e cobranças. Durante esse período, a companhia deverá apresentar um plano detalhado de reestruturação financeira, incluindo prazos, garantias, prioridade de pagamentos e estratégias para reorganizar suas operações.

A empresa argumenta que buscou a recuperação judicial para proteger-se de um efeito cascata de vencimentos antecipados, mas não tem conseguido dissipar o ceticismo.

Perspectivas e Desafios para a Ambipar

O balanço do 3T25 ganha um peso adicional, com a expectativa de esclarecer os mistérios em torno da situação financeira da Ambipar. Analistas alertam que o balanço pode trazer mais perguntas do que respostas e a possibilidade de novas disputas não estão descartadas.

A incerteza persiste sobre o que será efetivamente divulgado, já que parte dos dados está sob sigilo judicial.

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