Ambipar busca recuperação judicial após crise financeira e controvérsias no mercado
Ambipar busca recuperação judicial após crise financeira e disputas regulatórias. A gigante da gestão de resíduos, que em 2024 teve valor acima de R$ 27 bilhões, enfrentou desafios e disputas com reguladores e credores
Ambipar: A Queda de Uma Gigante do Setor de Resíduos
A trajetória da Ambipar (AMBP3) em 2025 é um conto de histórias de ascensão meteórica, seguida de uma queda abrupta e, finalmente, da recuperação judicial. A empresa, que em 2024 alcançou uma capitalização de mercado superior a R$ 27 bilhões, viu seu valor despencar drasticamente, culminando em um pedido de proteção judicial que gerou grande impacto no mercado financeiro.
A empresa de gestão de resíduos, que se destacou após seu IPO em 2020, enfrentou uma série de desafios que levaram a essa crise. A combinação de fatores, incluindo a alta dos juros, aquisições estratégicas e a valorização de seus papéis, culminou em uma escalada vertiginosa, seguida de uma queda brusca e, por fim, da necessidade de buscar proteção judicial.
O Auge e a Queda da Valorização das Ações
Em 2024, a Ambipar experimentou um crescimento exponencial, impulsionado por uma série de fatores, incluindo a crescente demanda por serviços de gestão de resíduos e a valorização de seus papéis na bolsa de valores. No entanto, essa valorização atraiu a atenção dos reguladores, que investigaram as operações da empresa e questionaram as compras de ações realizadas pelo controlador, Tércio Borlenghi Junior, e por fundos ligados ao Banco Master e a Nelson Tanure.
A valorização das ações, que atingiu o pico de R$ 268 em dezembro de 2025, gerou um fenômeno de “short squeeze”, onde investidores que apostavam na queda das ações foram obrigados a recomprá-las para encerrar suas posições, acelerando ainda mais a alta.
Essa escalada culminou em um pedido de recuperação judicial, marcando um ponto de inflexão na história da empresa.
A Crise Financeira e a Recuperação Judicial
Em setembro de 2025, a empresa enfrentou uma crise financeira que levou a um pedido de recuperação judicial. A crise foi desencadeada por um aditivo contratual com o Deutsche Bank, que vinculava um derivativo à performance dos títulos “green bonds” da empresa.
A queda no preço desses títulos acionou o aditivo, gerando preocupações sobre a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações.
A situação foi agravada por cláusulas de “cross-default” em contratos financeiros, que poderiam antecipar cobranças de diversos credores. A empresa culpou o ex-diretor financeiro João Arruda pela assinatura do aditivo com o Deutsche Bank, alegando que o contrato foi fechado sem aval do conselho.
Essa disputa, somada à complexidade da situação financeira, contribuiu para o pedido de recuperação judicial.
O Futuro da Ambipar em Recuperação Judicial
No final de outubro, a Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial da Ambipar. A empresa está elaborando um plano de reestruturação, com o objetivo de reorganizar suas operações e viabilizar a superação do momento adverso.
O plano ainda não foi divulgado, mas a empresa espera apresentar um detalhamento em breve.
A recuperação judicial da Ambipar é um caso complexo e cheio de incertezas. O mercado financeiro e os credores da empresa aguardam com atenção o resultado do plano de reestruturação e os próximos capítulos dessa história.
Autor(a):
Redação
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