Ambipar Revela Falhas de Governança e Lança Plano de Reestruturação Urgente

Ambipar Revela Falhas de Governança e Lança Plano de Reestruturação

A Ambipar (AMBP3) enfrenta um momento crítico em sua história, e a empresa decidiu abrir uma “caixa-preta” para revelar os bastidores de uma crise marcada por perda de confiança, dificuldades financeiras e questionamentos sobre sua governança.

Em uma noite de segunda-feira (1º), a companhia surpreendeu o mercado ao anunciar a demissão de 35 diretores e gestores, após identificar “falhas graves na execução das melhores práticas de governança e gestão de riscos”.

Este anúncio ocorreu em meio ao pedido de proteção contra credores em setembro, que precedeu a recuperação judicial. A empresa admitiu, publicamente, que existe uma falha estrutural em sua governança, e apresentou um plano de reconstrução para os próximos meses.

Motivação da B3 e Revelações

O anúncio foi feito em resposta a questionamentos da B3, a operadora da bolsa. A B3 exigia evidências da efetividade dos mecanismos de fiscalização e controle da Ambipar, especialmente diante do pedido de medida cautelar e após notícias que apontavam inconsistências no processo.

Um ponto crucial foi uma reportagem do Valor Econômico, que revelou que diretores haviam sido demitidos antes do pedido inicial de proteção contra os credores. A Ambipar confirmou a informação e detalhou o que encontrou ao revisar sua política de gerenciamento de riscos.

Impacto das Demissões

As demissões afetaram diversas áreas, incluindo o departamento jurídico, RH, tributária, financeira, relações com investidores, integração e controladoria corporativa. Segundo o organograma da empresa, o ex-diretor financeiro (CFO), João de Arruda, foi identificado como a figura central que levou à deterioração financeira da companhia.

Plano de Reestruturação: Uma Ambipar “Enxuta e Eficiente”

Com a estrutura antiga desmantelada, a Ambipar busca traçar o futuro. A empresa anunciou a implementação de um conjunto de “mudanças faseadas” para reconstruir suas estruturas de governança, risco e compliance. O objetivo é tornar a governança “mais enxuta e eficiente”, adequada à realidade operacional da companhia, considerando o período de intensa aquisição de ativos.

A Ambipar espera concluir a implementação das mudanças até fevereiro de 2026. A empresa reitera seu compromisso com a manutenção e o aperfeiçoamento de suas estruturas de governança, fiscalização e controles internos, em conformidade com o regulamento do Novo Mercado e com as melhores práticas de mercado.

A Ambipar não forneceu declarações adicionais à imprensa.