Americanas: Ex-diretor fecha acordo de delação com MPF; Meirelles é o quarto executivo a colaborar
Meirelles lidera quarta parceria da varejista após saída de Nunes, Carneiro e Abrate.

Delação Premiada Revela Detalhes do Escândalo Contábil na Americanas
O ex-diretor estatutário da Americanas (AMER3), Márcio Cruz Meirelles, formalizou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) na terça-feira (7). A negociação faz parte da investigação sobre o escândalo contábil que envolveu a companhia.
Segundo a Folha de S.Paulo, Meirelles é o quarto ex-executivo da varejista a colaborar com a investigação. Antes dele, Marcelo Nunes, Flávia Carneiro e Fabio Abrate já haviam fechado acordos de delação. A reportagem da Folha destaca que as informações fornecidas por Meirelles complementam as já obtidas, detalhando a pressão por resultados e o início das práticas contábeis fraudulentas.
O conteúdo da delação será integrado à denúncia apresentada pelo MPF em março, que já inclui 13 ex-funcionários e executivos acusados de fraudes que totalizam aproximadamente R$ 22,8 bilhões. A lista de denunciados também inclui nomes como Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, e Anna Saicali, ex-CEO da B2W, além de vice-presidentes e diretores da companhia.
Recentemente, o ex-diretor da Americanas (AMER3), Márcio Cruz, afirmou que o ex-CEO Miguel Gutierrez possuía a “palavra final” sobre os recursos utilizados pelo grupo para manipular as demonstrações financeiras. Essa declaração foi feita durante a delação premiada e documentada pelo Valor Econômico.
Durante a delação, o procurador José Maria Panoeiro questionou Cruz sobre o processo de tomada de decisões. Cruz respondeu que as propostas eram elaboradas, mas a decisão final cabia a Miguel Gutierrez. “A gente fazia as propostas ali, mas a palavra final era do Miguel. E quando não estava de acordo com o que Miguel achava, a gente acabava mudando para ajustar para o que ele achava”, relatou o ex-executivo.