Argentina decide futuro de Milei nas eleições deste domingo

Tempestade em Buenos Aires e Desafios para Milei nas Eleições Legislativas

Uma forte tempestade atingiu Buenos Aires na véspera das eleições legislativas, que determinarão a composição do Congresso argentino. A ocorrência climática reacendeu debates sobre o futuro do governo de Javier Milei, que busca ampliar sua base de apoio no Congresso para avançar com seu projeto econômico.

A situação se agrava em meio a escândalos envolvendo aliados, incluindo sua irmã, Karina Milei.

Dados preliminares indicam uma baixa adesão dos eleitores. Até as 12h (horário de Brasília), a Câmara Nacional Eleitoral do país (CNE) informou que apenas 23% do eleitorado havia registrado seu voto. Essa baixa participação eleitoral pode indicar desafios para Milei em sua busca por uma maioria no Congresso.

O cenário eleitoral é crucial para o futuro de Milei. Uma redução no número de assentos no Congresso pode dificultar a aprovação de suas reformas econômicas, que incluem medidas de austeridade que impactam o poder de compra da população. Além disso, o governo enfrentaria o risco de que seus decretos sejam vetados pelos parlamentares.

O partido La Libertad Avanza (LLA), liderado por Milei, almeja conquistar pelo menos um terço dos assentos na Câmara de Deputados e no Senado. As eleições visam eleger 127 representantes na Câmara e 24 senadores. Atualmente, o LLA possui 36 assentos na Câmara e sete senadores, enquanto a coalizão de apoio a Milei conta com 79 membros e 14 cadeiras, respectivamente.

Apesar dos esforços, a tarefa de Milei é complexa. O governo enfrenta a oposição de partidos como o Proposta Republicana (PRO) e o kirchnerismo, que se unem na coligação Fuerza Patria (Força da Pátria). A derrota do governo nas eleições legislativas locais em Buenos Aires, no início de setembro, em que o peronismo obteve vantagem, também representa um obstáculo.

O apoio de Donald Trump também é um fator relevante. O presidente americano demonstrou seu apoio a Milei, mas alertou que os acordos financeiros entre os países seriam descontinuados caso o governo não vença as eleições. A visita de Trump à Casa Branca e suas declarações sobre o futuro dos acordos financeiros geram incertezas.

Recentes negociações entre os Estados Unidos e a Argentina, incluindo um acordo para uma linha de swap de US$ 20 bilhões e a possibilidade de compra de carne bovina, reforçam a importância do apoio internacional para a economia do país.