Associação de farmácias se opõe a venda de remédios no Mercado Livre
Mercado Livre fecha negócio sem obstáculos com Cuidamos Farma na zona sul de São Paulo.

Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias Manifesta Preocupação com Entrada do Mercado Livre no Comércio de Medicamentos
A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) reiterou nesta sexta-feira (10) sua posição contrária à venda de medicamentos por meio de marketplaces. A entidade enfatiza a necessidade de regulamentação e fiscalização mais rigorosas para garantir a segurança e a saúde pública, considerando o comércio de produtos farmacêuticos como sensível e essencial.
Essa declaração ocorre após o Mercado Livre (MeLi) ter respondido a acusações da Abrafarma apresentadas ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A gigante do comércio eletrônico busca expandir suas operações, entrando no setor farmacêutico, seu único segmento ainda não atuado em seu maior mercado global.
O Cade aprovou a aquisição da Cuidamos Farma, na zona sul de São Paulo, pelo Mercado Livre, sem restrições. No entanto, a Abrafarma alegou ao órgão de defesa da concorrência que o MeLi não forneceu informações completas sobre a transação e possíveis parcerias futuras, levantando preocupações sobre “incidente de enganosidade”.
Em nota à imprensa, o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, destacou pontos-chave do dossiê apresentado ao Cade. A associação argumenta que a operação não pode gerar sobreposição horizontal no mercado farmacêutico nem integração vertical entre os mercados de varejo farmacêutico e multiprodutos por meio de plataformas online, exigindo autorizações regulatórias específicas.
A Abrafarma também ressalta que a operação não pode resultar em fechamentos de mercado farmacêutico, pois as operações do Grupo Mercado Livre estariam limitadas ao baixo faturamento da Target (nome da Cuidamos Farma). Além disso, a entidade argumenta que não pode existir parceria entre a plataforma de prescrição médica digital Memed e o Grupo Mercado Livre, sem relação comercial entre as empresas.
A Abrafarma enfatiza que a aquisição da Target poderia, no futuro, aproximar as atividades do Mercado Livre na venda online de medicamentos das operações da Memed, maior plataforma para emissão de prescrições médicas digitais, com recomendação direta ao usuário de farmácias para compra remota.