Axia Energia: Nova Estratégia com Ações Preferenciais para Gerir R$ 40 Bilhões

Axia Energia busca Novo Mercado na B3 e cria ações preferenciais (PNC) para lidar com R$ 40 bilhões em reservas de lucros. A empresa convocou assembleia para 19/12

28/11/2025 14:19

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(Imagem de reprodução da internet).

Axia Energia Busca Novas Estratégias com Novo Mercado

A Axia Energia (AXIA3), anteriormente conhecida como Eletrobras, está em um momento crucial, buscando aprimorar sua governança corporativa. A empresa está se preparando para ingressar no Novo Mercado da B3, que exige padrões elevados de governança.

Essa transição ocorre em paralelo com a necessidade de lidar com um volume significativo de reservas de lucros, atualmente estimado em R$ 40 bilhões.

Em uma recente divulgação, a Axia anunciou o reinício dos estudos para a possível migração ao Novo Mercado da B3. Adicionalmente, a companhia convocou uma assembleia extraordinária, agendada para 19 de dezembro, onde será votada a proposta de permitir a distribuição de suas reservas de lucros.

O montante total dessas reservas atingiu R$ 39,9 bilhões no terceiro trimestre de 2025.

Para viabilizar essa estratégia, a Axia propõe a criação de uma nova classe de ações preferenciais resgatáveis, denominadas PNC. Essas ações servirão como um instrumento para captalizar parte das reservas de lucros, sem causar diluição para os acionistas existentes.

A operação está alinhada com os requisitos do Novo Mercado e prevê a concessão de bonificações aos acionistas.

As ações PNC terão direito a voto, participação nos dividendos e um caráter temporário, com previsão de resgate ou conversão em ações ordinárias até 2031. Analistas consideram essa iniciativa como uma forma de proteger os acionistas do impacto da nova tributação de dividendos, que entrará em vigor a partir de 2026.

Estratégias e Resposta ao Mercado

A proposta da Axia foi vista como uma resposta à tributação de dividendos, prevista na reforma do Imposto de Renda. Empresas com grandes reservas de lucros estão buscando alternativas para otimizar a distribuição de seus recursos antes da implementação da nova lei.

A Axia já anunciou um dividendo recorde de R$ 8,3 bilhões para 2025, impulsionado pela conclusão de seu processo de reorganização, iniciado em 2022, e por um ambiente favorável aos preços da energia. A empresa agora foca na gestão dessas reservas de lucros.

Análise do Mercado

Segundo a Ativa Investimentos, a iniciativa da Axia é uma “manobra jurídica estratégica” para proteger os acionistas do conflito normativo gerado pela nova tributação. A empresa está convertendo o saldo de lucros retidos em um instrumento de longo prazo, resgatável e com a possibilidade de monetização mais eficiente.

O Citi classifica a situação como um “bom problema”: ter R$ 39,9 bilhões para administrar. O conselho e os acionistas definirão o tamanho da transação. Analistas do Itaú BBA destacam que, apesar de não representar uma distribuição extraordinária de dividendos, a estratégia demonstra que a Axia está lidando adequadamente com um tema relevante para seus acionistas, mantendo a flexibilidade para futuras decisões.

O BTG Pactual concorda, afirmando que a decisão da Axia dá tempo para a administração decidir sobre a distribuição do fluxo de caixa no futuro, garantindo a flexibilidade necessária para se adaptar às novas regras de tributação.

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