Azul lança oferta bilionária para reestruturar capital e sair do Capítulo 11

Azul anuncia oferta bilionária para reestruturação e saída do Capítulo 11, com emissão de 723,8 bilhões de ações ordinárias e preferenciais.

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(Imagem de reprodução da internet).

Azul Redefine Estrutura de Capital com Oferta Bilionária

A Azul Linhas Aéreas está prestes a realizar uma mudança significativa em sua estrutura de capital, com o objetivo de reestruturar suas finanças e avançar no processo de saída do Capítulo 11 nos Estados Unidos. A empresa anunciou uma oferta bilionária de ações, com um volume estimado de R$ 7,44 bilhões, que visa transformar dívidas em capital e marcar uma nova fase na reestruturação financeira da companhia.

A operação envolve a distribuição primária de ações ordinárias e preferenciais, com o objetivo de reduzir o endividamento da Azul e melhorar seus indicadores financeiros. A empresa busca criar condições mais sustentáveis para a continuidade de suas operações após a conclusão do processo de proteção contra falência.

Mudanças Operacionais e Estruturais

A oferta de ações trará diversas mudanças operacionais para os investidores. Inicialmente, as ações preferenciais da Azul deixarão de ser negociadas sob o ticker AZUL4, passando a utilizar o código AZUL54. Além disso, a dinâmica de negociação será alterada, com as ações sendo negociadas em lotes padrão de 10 mil ações para as ações e 1 milhão de ações para as ações ordinárias, a serem iniciadas em janeiro de 2026.

A necessidade de agrupar os valores em cestas para superar o limite mínimo de liquidação de R$ 0,01 (um centavo) foi um fator determinante para a criação desses lotes padrão. A Azul justifica essa mudança como uma medida operacional essencial para facilitar a negociação das ações.

Capitalização de Dívidas e Diluição de Acionistas

Apesar do volume expressivo da oferta, o principal objetivo não é levantar novo capital para financiar as operações diárias da empresa. Em vez disso, a Azul busca limpar o balanço, transformando credores em acionistas e reduzindo significativamente seu endividamento em dólar.

Essa estratégia é fundamental para a continuidade do processo de reestruturação.

A operação prioriza a capitalização obrigatória de dívidas de titulares de notas seniores, com vencimento entre 2028 e 2030. Os acionistas que não participarem da oferta sofrerão uma diluição brutal, o que significa que o valor de suas ações será reduzido com a emissão de novas ações.

Detalhes da Oferta e Incentivos

Para viabilizar a troca de dívidas por capital, a Azul prevê a emissão de um volume massivo de novos papéis. Serão emitidas 723,8 bilhões de ações ordinárias, ao preço de R$ 0,00013527 cada, e outros 723,8 bilhões de ações preferenciais, ao preço de R$ 0,01014509 por papel.

A maior parte do volume (R$ 7,34 bilhões) será destinada às ações preferenciais, enquanto os R$ 97,9 milhões corresponderão às ações ordinárias.

Para incentivar a participação, a Azul distribuirá um bônus de subscrição para cada ação subscrita na oferta, que dará direito à compra de novas ações em janeiro de 2026, por um preço de exercício definido, podendo ser convertido em 23,08 ações ordinárias ou 15,54 ações preferenciais.

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