B3 enfrenta ameaça de concorrentes e precisa inovar para se manter relevante
B3 enfrenta desafio com mentalidade “antiga” e novos concorrentes pressionam por preços menores e menor lucro.

A Ascensão da B3 e o Despertar da Concorrência
A ação da B3 (B3SA3) registrou um aumento notável de mais de 30% no valorização ao longo deste ano. Esse crescimento inicial, que começou em março, foi impulsionado por decisões judiciais favoráveis à empresa, relacionadas à incorporação do ágio da fusão com a Cetip. A retomada do crescimento na negociação no segmento de ações, especialmente no segundo trimestre, também contribuiu para essa valorização.
Desafios e Concorrência Emergente
Tradicionalmente, o crescimento de volumes negociados é um indicador-chave para qualquer bolsa de valores. No entanto, a B3 enfrenta um novo desafio estrutural: a crescente concorrência. Há cerca de 15 anos, surgiram iniciativas para criar uma nova bolsa no Brasil, buscando desafiar o monopólio da B3. Atualmente, essa possibilidade parece mais próxima do que nunca.
Impacto da Concorrência nas Margens
A chegada de concorrentes pode afetar significativamente as margens de lucro das bolsas de valores. Um gestor especializado estimou que as margens em mercados com competição ficam na casa dos 30%, enquanto a margem líquida da B3 no segundo trimestre foi de 52,2%. Em comparação, outras bolsas que abriram seus mercados apresentam uma bolsa principal com 70% a 75% dos negócios. Para evitar que concorrentes se tornem rentáveis, a bolsa principal pode ser forçada a reduzir seus preços, o que pode diminuir sua própria rentabilidade.
Perspectivas Futuras e Diversificação
A B3 tem trabalhado para diversificar suas receitas, buscando além da negociação de ações. No primeiro trimestre de 2021, a renda variável representava 37% das receitas da bolsa, enquanto no segundo trimestre deste ano, essa porcentagem foi de 21%. A empresa também lançou novos produtos em renda fixa, moeda, commodities e tecnologia, buscando aumentar sua receita. A B3 também planeja expandir o horário de negociação até chegar a uma operação 24 horas por dia, sete dias por semana.