A Pesquisa Especial de Crédito, que serve como uma prévia da Nota de Crédito do Banco Central, aponta para um avanço de 1% no saldo total do crédito em outubro. O crescimento acumulado em 12 meses permanece em 10,1%. Os dados indicam uma expansão do crédito em ritmo de dois dígitos, com sinais de uma acomodação gradual nesse crescimento.
Expansão por Segmentos
O principal impulso para o crescimento do crédito vem da carteira voltada para famílias, projetada para aumentar 1,3% em outubro. A parcela de recursos livres deve avançar 1,6%, refletindo a alta disseminada em modalidades, especialmente nas linhas de maior risco.
Isso eleva a carteira livre de pessoas físicas para 12,6% no acumulado de 12 meses, em comparação com 12,2% em setembro.
Carteira Direcionada e Estabilidade
A carteira direcionada para pessoas físicas deve subir 0,9% em outubro, impulsionada pelos primeiros reflexos das renegociações no crédito rural. Em 12 meses, essa modalidade deve permanecer estável, com alta de 9,4%. O crédito para empresas apresenta uma expectativa de crescimento de 0,4% no mês, impulsionado pelo avanço de 2,0% nos recursos direcionados, que continuam favorecidos por programas governamentais.
Desempenho da Carteira de Pessoas Jurídicas
A carteira de pessoas jurídicas com recursos livres deve registrar uma queda de 0,6% em outubro. Essa retração é resultado de fatores sazonais nas linhas de desconto de recebíveis, a apreciação do câmbio e o baixo dinamismo nas operações de capital de giro.
No horizonte de 12 meses, a carteira livre de pessoas jurídicas deve passar de 4,0% para 3,8%.
Concessões e Ajustes
As concessões de crédito devem avançar 2,1% em outubro, mas, após o ajuste pelo número de dias úteis, o movimento se transforma em uma queda de 2,3%. Essa retração é influenciada pela forte retração no crédito direcionado, que deve encolher 12,5% no mês, especialmente nas operações para empresas.
Tendências de Longo Prazo
Na comparação com outubro de 2024, ajustando por fatores sazonais, as concessões totais devem crescer 9,1%, impulsionadas pelo desempenho das linhas com recursos livres. No acumulado em 12 meses, o ritmo de expansão das concessões deve continuar perdendo força, passando de 10,8% para 9,9%.