Banco Central reafirma Selic suficiente e aposta em cautela na ata

Banco Central reafirma Selic como suficiente para conter inflação; tom mais confiante na ata do Copom. Leia a íntegra.

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(Imagem de reprodução da internet).

O Comitete de Política Monetária (Copom) divulgou nesta terça-feira (11) a ata de sua última reunião, reafirmando a avaliação de que a taxa Selic atualmente em vigor é suficiente para garantir a redução da inflação até a meta estabelecida.

A comunicação do Banco Central demonstra cautela, mas com um tom mais confiante e com uma postura mais “dovish”, considerando a melhora nas expectativas de preços e a moderação da atividade econômica. O cenário externo permanece incerto, com menções às tarifas comerciais dos Estados Unidos, ao risco de paralisação do governo federal e à incerteza sobre o ciclo de cortes de juros do.

Projeções e Expectativas

No ambiente doméstico, o Banco Central aponta desaceleração da atividade e arrefecimento do crédito, mesmo com o mercado de trabalho mantendo sua força. O Copom projeta uma inflação de 4,6% em 2025, 3,6% em 2026 e 3,3% no horizonte relevante (segundo trimestre de 2027), levando em conta a nova isenção do Imposto de Renda e a bandeira tarifária amarela.

Mudanças no Tom da Comunicação

A principal alteração reside na forma como o Copom aborda a condução da política monetária. O Banco Central removeu um trecho que repetia alertas sobre expectativas desancoradas e inflação elevada, encerrando a ata com uma linguagem mais neutra e confiante.

Apesar de manter a declaração de que “não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar necessário”, o Copom reforça que a manutenção da Selic em patamar elevado por tempo prolongado é a estratégia mais adequada no momento.

Análise de Especialistas

Economistas avaliam que a mudança de tom consolida a mensagem de estabilidade. Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destaca que a ata traz “uma pitada muito sutil” de melhora nas perspectivas inflacionárias. Ele ressalta que, apesar de ainda ser uma ata “dura”, há nuances importantes, como a trajetória de moderação da atividade doméstica e a queda mais nítida nas expectativas de inflação.

Impacto da Isenção do IR

A incorporação do impacto preliminar da nova faixa de isenção do Imposto de Renda também é um ponto relevante. Essa medida pode gerar pressão adicional sobre a demanda, com a expectativa de que pessoas que deixarem de pagar IR tendam a aumentar o consumo.

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