Banco de Brasília Recebe Mais um Impacto de Investigações Financeiras
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou na segunda-feira (29) a remoção de seus ratings de crédito de longo e curto prazo para o Banco de Brasília (BRB), conforme solicitação da própria instituição financeira. As notas, anteriormente classificadas como B- no longo prazo e B no curto prazo, estavam em observação com implicações negativas, indicando um risco elevado de rebaixamento.
A S&P justificou a decisão pelas margens financeiras apertadas e pela baixa rentabilidade do banco, juntamente com a restrição de capital e questões relacionadas à governança e à gestão de riscos, especialmente considerando as investigações em curso sobre supostas fraudes em empréstimos obtidos do Banco Master.
A agência destacou a incerteza em relação ao desfecho das investigações e seus potenciais efeitos na reputação, na liquidez e no risco financeiro do BRB. O caso centraliza-se nas alegações de que o Banco Master, sob a liderança de Daniel Vorcaro, comercializou carteiras de crédito falsas para o BRB, no valor de R$ 12,2 bilhões, com o objetivo de compensar um déficit contábil.
Essa situação gerou grande preocupação no mercado financeiro.
Acareação no STF e Reações de Outras Agências
Na terça-feira (30), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), conduzirá uma acareação, ou seja, uma reunião para ouvir e confrontar os depoimentos de Daniel Vorcaro, ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa e Ailton de Aquino Santos, diretor de Fiscalização do Banco Central.
O objetivo é analisar o caso em profundidade.
Essa decisão da S&P Global Ratings se alinha a outras ações recentes de agências de classificação de risco. Em dezembro, a Moody’s rebaixou o BRB, citando fragilidades na capitalização e baixa rentabilidade. A Fitch também rebaixou os ratings do banco para CCC e colocou as notas em observação negativa, enfatizando deficiências nas práticas de supervisão e gestão de riscos.
Posicionamento Atual do Banco de Brasília
O Banco de Brasília emitiu um comunicado esclarecendo que a remoção do rating global não afeta sua classificação na escala nacional, que permanece vigente. A instituição justificou a decisão como resultado do término da vigência contratual com a S&P Global Ratings e informou não ter planos imediatos de captação de recursos no mercado internacional.