Banco do Brasil (BBAS3) apresenta lucro inferior em cerca de 60% e ROE de 8% no segundo trimestre de 2025
O Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de R$ 3,784 bilhões no período abril a junho.
Pior do que o previsto. Esta é uma definição simplificada, porém adequada, do que o Banco do Brasil (BBAS3) apresentou no balanço do segundo trimestre de 2025.
O Banco do Brasil divulgou lucro líquido ajustado de R$ 3,784 bilhões no período de abril a junho.
A variação representa uma queda de 60,2% em comparação com o período anterior e de 48,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Em 2025, há previsão de crescimento acelerado. A diretoria do BB, liderada por Tarciana Medeiros, projeta lucros entre R$ 21 e 25 bilhões, além de continuar com investimentos que visam a geração de valor para os acionistas.
O resultado ficou significativamente inferior ao que o mercado esperava, com uma projeção de lucro médio de R$ 5,770 bilhões, conforme dados da Bloomberg.
A rentabilidade também esteve em questão no segundo trimestre, devido ao elevado nível de inadimplência e às altas provisões.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, sigla em inglês) atingiu 8,4%, o menor patamar desde 2016, apresentando uma redução de 13% na base anual e de 8,23 pontos percentuais na comparação trimestral.
A lucratividade ficou muito além do esperado pelo mercado, em 11,5%. Além disso, representa o menor desempenho entre os grandes bancos, inferior aos índices de bancos privados como o Bradesco (BBDC4), que apresentou um ROE de 14,6%, e o Santander (SANB11), com 16,4%.
Um personagem já conhecido dos investidores, a inadimplência seguiu comprometendo o balanço do Banco do Brasil.
O índice de devedores com atraso superior a 90 dias aumentou 1,21 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024 e 0,5 p.p. na comparação trimestral, atingindo 4,21%.
As provisões para débitos duvidosos (PDD) aumentaram 50,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 94,7 bilhões em perdas esperadas no crédito.
O custo do crédito, que engloba as despesas de perda esperada, os descontos concedidos e a diferença em relação às receitas de recuperação de crédito, elevou-se 103,8% em volume anual, atingindo R$ 15,9 bilhões.
A pressão sobre os indicadores do BB retornou, em parte, do agronegócio e de dificuldades de pagamento no crédito corporativo, que ainda afetam os índices de inadimplência e a qualidade dos ativos da instituição financeira.
A taxa de inadimplência na carteira de agribusiness atingiu 3,49%.
Apesar do cenário favorável para a safra no Brasil em 2025, com uma colheita recorde e do elevado percentual de garantias nessa carteira, existe um estoque de operações que não foram pagas na safra 2024/2025, inclusive, devido às recuperações judiciais no setor, o que exige maior provisionamento sob a nova regulamentação, escreveu o BB.
O Banco do Brasil (BBAS3) também observou a desaceleração da margem financeira, que compreende a receita com crédito menos os custos de captação, no segundo trimestre. O indicador reduziu 1,9% em comparação com os últimos 12 meses, porém aumentou 4,9% na base trimestral, atingindo R$ 25 bilhões.
A margem financeira, que representa a remuneração do banco pelas operações de tesouraria, apresentou queda de 51,4% em relação ao mesmo trimestre de 2024 e de 22% em comparação com o 1T25.
A performance foi influenciada pela variação cambial e pelo incremento nos custos de captação institucional, decorrentes da estratégia de mix de financiamento com emissões de letras financeiras perpétuas no Brasil indexadas à taxa média Selic.
A margem com clientes apresentou aumento de 12,3% no período em comparação com o ano anterior, atingindo R$ 22,3 bilhões. O desempenho foi favorecido pelo crescimento das receitas provenientes da carteira de pessoa física, juntamente com o aumento da margem de passivos.
A carteira de crédito expandida do Banco do Brasil aumentou 11,2% em relação ao mesmo período de 2024 e 1,3% em comparação com o trimestre anterior, atingindo R$ 1,29 trilhão.
As receitas operacionais do Banco do Brasil (BBAS3) apresentaram queda de 1% no período, totalizando R$ 8,8 bilhões ao final de junho.
As despesas operacionais aumentaram 4,7% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 9,7 bilhões.
Conteúdo em atualização.
Fonte por: Seu Dinheiro