Banco do Brasil enfrenta resultados fracos e riscos em carteira de crédito
Banco do Brasil enfrenta desafios com resultados fracos em 2025. Analistas preveem balanço ruim, com lucro líquido de R$ 4,03 bi e ROE baixo. Crise no agronegócio preocupa
Banco do Brasil Enfrenta Desafios em Resultados
O Banco do Brasil (BBAS3) se prepara para divulgar seus resultados do terceiro trimestre de 2025, em um cenário marcado por dificuldades significativas em sua carteira de crédito. A expectativa predominante entre os analistas é de um balanço fraco, possivelmente um dos piores em décadas.
A crise no setor agropecuário, que representa cerca de 35% da carteira do banco, é o principal fator de preocupação.
As projeções indicam um lucro líquido de aproximadamente R$ 4,03 bilhões para o período de julho a setembro. No entanto, a rentabilidade, medida pelo ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), deve ser bastante baixa, estimada em apenas 8,6%. Essa performance é inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior e representa um dos níveis mais baixos em décadas.
Previsões de Analistas
Diversas casas de análise corroboram a perspectiva de um trimestre fraco para o Banco do Brasil. A Empiricus Research acredita que o resultado será ainda mais negativo que o anterior, com um ROE em um dígito. O Goldman Sachs destaca que as provisões elevadas, potencialmente atingindo R$ 16,2 bilhões, serão o principal limitador para os lucros, devido ao custo de risco.
O Itaú BBA prevê que o trimestre pode marcar o ponto mais baixo do ciclo de lucros do banco, com uma recuperação lenta a partir dos últimos meses do ano. A XP Investimentos também projeta um trimestre mais fraco, com desaceleração nas carteiras corporativa e agro, enquanto o crédito para pessoa física (PF) deve apresentar um alívio, especialmente nas linhas com garantias mais robustas.
Fatores de Preocupação
A crise no agronegócio é o principal fator de preocupação, com o terceiro trimestre coincidente com o período de vencimento de 40% das operações de crédito da safra de grãos. Dados do Banco Central indicam que o índice de inadimplência do setor ainda não parou de subir.
O governo federal tentou oferecer um “respiro” com a Medida Provisória 1.314, mas a lentidão na execução gerou um “risco moral” entre os produtores.
Apesar dos desafios, a divisão de seguros e previdência do Banco do Brasil, BB Seguridade (BBSE3), deve entregar um resultado positivo, embora insuficiente para compensar o impacto do crédito. O banco tem buscado reorganizar sua carteira, com concessões mais seletivas e renegociações ativas.
Perspectivas e Recomendações
Diante do cenário adverso, a expectativa no mercado é de cautela em relação à compra das ações BBAS3. Das oito recomendações registradas, a maioria é neutra, indicando que a valorização das ações dependerá de uma melhora consistente da rentabilidade ou de um novo ciclo de crédito mais forte.