Banco do Brasil renegocia dívidas rurais com nova linha de crédito

Nova linha BB lança programa para renegociar dívidas de produtores com perdas de safra, sob pressão da inadimplência no setor.

21/10/2025 14:24

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Banco do Brasil renegocia dívidas rurais com nova linha de crédito
(Imagem de reprodução da internet).

O setor agropecuário tem representado um desafio significativo para o Banco do Brasil (BBAS3). Em resposta, a instituição iniciou ações no início do mês, alinhadas com medidas anunciadas pelo governo federal.

Lançamento da Linha BB Regulariza Agro

O banco lançou a linha BB Regulariza Agro, destinada a produtores rurais que enfrentam dificuldades financeiras decorrentes de perdas em safra, causadas por eventos climáticos. A modalidade permite a liquidação, amortização ou alongamento de dívidas de custeio, investimento e Cédulas de Produto Rural (CPRs), incluindo aquelas em dia ou já renegociadas.

Utilização de Recursos e Foco Geográfico

O programa utiliza recursos disponíveis no banco e concentra-se em regiões afetadas por eventos climáticos adversos, que contribuíram para o aumento do endividamento no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). Produtores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, e cooperativas agropecuárias, podem procurar as unidades de atendimento do BB para viabilizar a contratação de operações.

Condições e Prazo da Renegociação

O valor a ser regularizado é definido conforme a necessidade e a situação de cada cliente. O prazo de pagamento pode chegar a até nove anos, incluindo até um ano de carência. “São condições que trazem alívio no fluxo de caixa e previsibilidade financeira para o produtor rural, seja ele um agricultor familiar, médio ou grande produtor”, afirma Gilson Bittencourt, vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB.

Impacto do Setor Agropecuário no Banco do Brasil

O setor agropecuário tem sido um fator de pressão para o Banco do Brasil. A inadimplência na carteira de agronegócio, especialmente entre pequenos e médios produtores, tem gerado preocupações.

Dificuldades relacionadas a efeitos climáticos e ao aumento dos custos com insumos, como fertilizantes e ração, também contribuem para as dificuldades. O agronegócio representa quase um terço do portfólio do banco, e a inadimplência do setor no banco é maior que a de seus concorrentes.

A resolução 4.966 do Banco Central, que entrou em vigor em janeiro, também impactou o BB, exigindo uma abordagem mais preventiva e proativa contra calotes, o que forçou o banco a provisionar de forma imediata.

Apesar do pacote do governo, o Banco do Brasil ainda prevê impactos negativos do setor nos próximos balanços.

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