O setor agropecuário tem representado um desafio significativo para o Banco do Brasil (BBAS3). Em resposta, a instituição iniciou ações no início do mês, alinhadas com medidas anunciadas pelo governo federal.
Lançamento da Linha BB Regulariza Agro
O banco lançou a linha BB Regulariza Agro, destinada a produtores rurais que enfrentam dificuldades financeiras decorrentes de perdas em safra, causadas por eventos climáticos. A modalidade permite a liquidação, amortização ou alongamento de dívidas de custeio, investimento e Cédulas de Produto Rural (CPRs), incluindo aquelas em dia ou já renegociadas.
Utilização de Recursos e Foco Geográfico
O programa utiliza recursos disponíveis no banco e concentra-se em regiões afetadas por eventos climáticos adversos, que contribuíram para o aumento do endividamento no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). Produtores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, e cooperativas agropecuárias, podem procurar as unidades de atendimento do BB para viabilizar a contratação de operações.
Condições e Prazo da Renegociação
O valor a ser regularizado é definido conforme a necessidade e a situação de cada cliente. O prazo de pagamento pode chegar a até nove anos, incluindo até um ano de carência. “São condições que trazem alívio no fluxo de caixa e previsibilidade financeira para o produtor rural, seja ele um agricultor familiar, médio ou grande produtor”, afirma Gilson Bittencourt, vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB.
Impacto do Setor Agropecuário no Banco do Brasil
O setor agropecuário tem sido um fator de pressão para o Banco do Brasil. A inadimplência na carteira de agronegócio, especialmente entre pequenos e médios produtores, tem gerado preocupações.
Dificuldades relacionadas a efeitos climáticos e ao aumento dos custos com insumos, como fertilizantes e ração, também contribuem para as dificuldades. O agronegócio representa quase um terço do portfólio do banco, e a inadimplência do setor no banco é maior que a de seus concorrentes.
A resolução 4.966 do Banco Central, que entrou em vigor em janeiro, também impactou o BB, exigindo uma abordagem mais preventiva e proativa contra calotes, o que forçou o banco a provisionar de forma imediata.
Apesar do pacote do governo, o Banco do Brasil ainda prevê impactos negativos do setor nos próximos balanços.