Banco do Brasil: Rentabilidade em Risco e Futuro Incerto Após Crise Agronegócio

Banco do Brasil enfrenta desafios com rentabilidade em queda. Analistas projetam estabilidade em 15% nos próximos anos, abaixo dos 20% recentes. Crise no agronegócio e inadimplência impactam o balanço do banco

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(Imagem de reprodução da internet).

O Futuro Turbulento do Banco do Brasil

A situação do Banco do Brasil (BBAS3) tem sido marcada por uma série de desafios, com muitos investidores vendo a situação como uma travessia difícil, mas com um fim em vista. No entanto, uma parcela do mercado agora acredita que o banco jamais voltará a atingir a rentabilidade de 20% que alcançou em 2022 e 2023, mesmo após superar a crise no agronegócio.

Nos últimos trimestres, a combinação de inadimplência crescente, juros altos e a crise no setor agrícola levaram o Banco do Brasil a ampliar significativamente suas provisões, um “colchão” contra perdas de crédito.

Desafios e Provisões

A situação financeira do banco foi agravada por um pacote bilionário de socorro ao agronegócio, anunciado pelo governo federal. Apesar desse apoio, os analistas ainda não estão convencidos de que a situação se resolverá rapidamente. Mesmo após superar a crise no agronegócio, a expectativa é que o balanço do banco nunca volte a ser o mesmo de antes dos problemas.

A Visão dos Analistas

Antônio Martins, analista da Kinea Investimentos, estima que o Banco do Brasil se estabilize com uma rentabilidade de 15% nos próximos anos, um patamar inferior aos 8% atuais, mas superior aos 20% do período de maior rentabilidade. Larissa Quaresma, da Empiricus Research, prevê um ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 15% para 2026, mas ressalta que a confiança na recuperação da carteira e na qualidade das novas concessões ainda é um fator crucial.

O Papel do Agronegócio

O agronegócio sempre foi um pilar fundamental para o Banco do Brasil, impulsionando sua rentabilidade. No entanto, a crise no setor agrícola, com alta inadimplência e o “boom das commodities”, levou o banco a mais que dobrar sua carteira rural em apenas três anos.

A situação atual, com a inadimplência estrutural no agro, limita o avanço do banco.

A Boia Salva-Vidas do Governo

O pacote bilionário de socorro ao agronegócio, conhecido como “boia salva-vidas”, foi recebido com otimismo, mas sua eficácia é questionada. A execução da Medida Provisória 1.314, que permite alongar dívidas rurais e refinanciar créditos, tem sido lenta, gerando um “risco moral” entre os produtores, que esperam condições melhores e param de pagar suas dívidas.

Perspectivas Futuras

Apesar do pacote, a rentabilidade do Banco do Brasil deve permanecer baixa nos próximos anos. Analistas preveem que 2026 será um ano desafiador, com a necessidade de “arrumar a casa” e parar de dar crédito para empresas em dificuldades. A aposta da Empiricus é que o ponto de virada ocorrerá com o início da nova safra de crédito, em meados de 2026.

Conclusão

O Banco do Brasil enfrenta um período de reconstrução, com desafios significativos em sua rentabilidade e carteira de crédito. A recuperação será lenta e gradual, com a expectativa de que o banco se estabilize com uma rentabilidade de 15% nos próximos anos.

A situação do banco dependerá de uma série de fatores, incluindo a recuperação do agronegócio e a capacidade do banco de ajustar seu apetite de risco.

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