Banco do Brasil Apresenta Resultados Fracos e Desafiações Persistentes
O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou um trimestre com resultados significativamente abaixo do esperado, com um lucro líquido que caiu 60% em relação ao ano anterior. A rentabilidade encolheu para 8,4%, um patamar historicamente baixo. O balanço reflete o peso do agronegócio na carteira do banco e a deterioração de outras áreas, gerando desconfiança no mercado e expectativa de um pregão turbulento para as ações BBAS3.
O indicador ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) também apresentou uma queda acentuada, de 21,1% para 8,4%, indicando uma menor capacidade do banco de gerar lucro com seu capital. A margem financeira bruta também registrou um aumento de 1,9%, mas esse crescimento foi limitado pela pressão sobre a carteira de crédito ampliada, que cresceu 7,5%.
Um ponto de atenção é a alta formação de inadimplência, impulsionada principalmente pelo agronegócio e por pessoa física. O aumento de quase R$ 20 bilhões na nova inadimplência, representando um salto de 25% sobre o trimestre anterior, demonstra a fragilidade da carteira de crédito e a necessidade de medidas mais eficazes para controlar o risco de mau pagamento.
Além disso, a liquidez melhorou e os spreads (diferencial entre taxas de juros cobradas e pagas) seguem em recuperação, mas ainda insuficientes para compensar o impacto das provisões. A deterioração da carteira de crédito do Banco do Brasil exige cautela e acompanhamento constante.
Análise de Especialistas e Desafios Persistentes
O JP Morgan classificou o resultado como “muito fraco”, apesar do lucro de R$ 3,8 bilhões ter superado as expectativas do próprio banco. A leitura negativa se deve a ajustes e efeitos pontuais que mascararam um desempenho operacional ainda pressionado.
O JP Morgan destaca a reversão tributária, que representou 20% do lucro total, e o ativo fiscal diferido, que pode se tornar um peso no futuro.
A XP Investimentos também apontou para um trimestre fraco, com o custo de crédito ainda pressionado e deterioração da qualidade de crédito em todos os segmentos. O analista João Abdouni, da Levante Corp, destacou o agravamento da inadimplência, ainda puxada pelo agronegócio, que continua sendo o principal foco de preocupação do mercado.
A alta formação de inadimplência, impulsionada pelo agronegócio e por pessoa física, exige medidas mais eficazes para controlar o risco de mau pagamento.
O Banco do Brasil enfrenta desafios complexos, incluindo a necessidade de controlar a inadimplência, melhorar a qualidade da carteira de crédito e aumentar a rentabilidade. A recuperação lenta, a rentabilidade comprimida e os dividendos modestos justificam a recomendação neutra da XP Investimentos e a avaliação negativa do JP Morgan.
Guidance Revisado e Perspectivas Futuras
O Banco do Brasil cortou novamente seu guidance de lucro líquido para 2025, estabelecendo um intervalo de R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões. Com um acúmulo de vencimentos no terceiro trimestre, o cenário se agravou, e a XP Investimentos considera o limite inferior “factível”.
O JP Morgan expressa preocupação com a faixa ampla de projeções, indicando “falta de visibilidade até no curto prazo”.
A situação do Banco do Brasil exige cautela e acompanhamento constante. A recuperação lenta, a rentabilidade comprimida e os dividendos modestos justificam a recomendação neutra da XP Investimentos e a avaliação negativa do JP Morgan. O Banco do Brasil enfrenta desafios complexos, incluindo a necessidade de controlar a inadimplência, melhorar a qualidade da carteira de crédito e aumentar a rentabilidade.
