A falência do Banco Master já estava em curso antes do anúncio da liquidação. O processo se desenrolava internamente, marcado por decisões rápidas, alianças políticas e operações financeiras questionáveis. A crise do Master pode ser vista como um quebra-cabeça, revelando pressões externas que influenciaram decisões que deveriam ser puramente técnicas.
Investimentos Suspeitos
Enquanto o banco apresentava sinais de instabilidade, fundos de previdência de estados e municípios retiraram quase R$ 2 bilhões. Não há clareza sobre quem autorizou esses aportes, nem sobre os critérios técnicos que justificavam o uso desses recursos em uma instituição que já gerava desconfiança no mercado.
Estratégias de Remuneração e Garantias
O Banco Master utilizou produtos com remunerações superiores ao mercado, acompanhadas da garantia do FGC até R$ 250 mil por CPF. Essa estratégia, combinada com a agressiva captação de recursos, tornou o futuro do banco instável.
Suspeitas de Fraude em Operações Bilionárias
A deterioração do banco não se explica apenas por decisões imprudentes. Há suspeitas de que o Banco Master apresentou ao BRB carteiras de crédito inexistentes, totalizando R$ 12 bilhões. Se comprovado, esse seria o centro de um esquema para dar solidez a um banco já fragilizado.
Tentativas de Influência Política
A figura de um executivo transitava por Brasília com facilidade, utilizando relações políticas, patrocínio de eventos e acesso a autoridades. Essa influência explica o interesse em evitar a exposição do banco e as tentativas de pressionar órgãos reguladores durante a análise da venda ao BRB.
Mudanças Internas e Suspeitas
A troca de membros do comitê de auditoria do BRB pouco antes da aprovação da aquisição levanta dúvidas sobre o objetivo da mudança e sobre a disposição de contornar obstáculos. Esse episódio merece investigação.
Questões em Aberto
A queda do Banco Master deixou um rastro de perguntas sobre decisões internas, articulações políticas e suspeitas de manipulação de ativos. O desfecho jurídico e institucional virá com o tempo, mas o caso serve como alerta sobre a relação perigosa entre finanças, poder e falta de transparência.
