Banco Master: Investidores Enfrentam Perdas com Liquidação Extrajudicial de CDBs

Crise no Banco Master: Investidores Pagam Preço Alto por Aplicações em CDBs

A rentabilidade oferecida pelo Banco Master, com CDBs rendendo até 140% do CDI, atraiu um grande número de investidores, tanto pessoas físicas quanto instituições como fundos de pensão e empresas. No entanto, a recente liquidação extrajudicial do banco expõe os investidores a um risco significativo, com a possibilidade de perdas substanciais.

Inicialmente, cerca de 1,6 milhão de investidores compraram CDBs do Banco Master, buscando retornos superiores ao mercado. A situação se agravou com a liquidação extrajudicial, que impacta diretamente os títulos emitidos pelo banco. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) oferece cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, mas essa proteção se aplica apenas a CDBs, e não a outras modalidades de investimento como letras financeiras.

Impacto em Empresas e Instituições

A Oncoclínicas (ONCO3), já com histórico de alto endividamento, viu seus investimentos em papéis do Banco Master afetados pela liquidação. A empresa detinha R$ 478 milhões em títulos, com um plano de resgate previsto em 20 parcelas entre outubro de 2023 e maio de 2027, mas o saldo venceu antecipadamente.

Outras empresas também foram impactadas. A Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A (Emae4), responsável pela geração de energia e controle de cheias em São Paulo, possuía CDBs emitidos pelo Letsbank, também do Banco Master, e a Cedae, concessionária de saneamento do Rio de Janeiro, também tinha aplicações em CDBs do Master, que ficaram inadimplentes.

Fundos de Pensão e Letras Financeiras

Dados do Ministério da Previdência Social revelam que 18 fundos de pensão de servidores públicos investiram em letras financeiras do Banco Master, totalizando R$ 1,86 bilhão. Diferentemente dos CDBs, que contam com a garantia do FGC, as letras financeiras não possuem qualquer proteção e seu pagamento depende da liquidação do banco, com recuperação incerta.

Fundo Imobiliário BGR B32

O fundo imobiliário BGR B32 (BGRB11) enfrentou um problema específico devido à ocupação do prédio onde está localizado pelo Banco Master. Os pavimentos 12º, 14º, 15º, 29º e parte do 30º estavam alugados ao banco, e a instituição adotará medidas legais e contratuais para proteger os interesses do FII e seus cotistas.