Bank of America: Ibovespa espera 210 mil pontos com ajuste fiscal ou queda para 130 mil pontos

Bank of America projeta Ibovespa em 210 mil pontos em 2026 se houver compromisso fiscal; alerta para cenário eleitoral incerto

11/12/2025 17:05

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(Imagem de reprodução da internet).

Ibovespa e o Cenário Eleitoral: Análise do Bank of America

Apesar do forte desempenho do Ibovespa no acumulado deste ano, impulsionado principalmente pelo fluxo de investidores estrangeiros, o mercado ainda se mostra cauteloso em relação às perspectivas para 2026. De acordo com David Beker, chefe de economia para Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America (BofA), a principal força motriz para a valorização do Ibovespa não será o trade eleitoral, mas sim o início do ciclo de corte nos juros.

Beker ressalta que, até o momento, a definição de candidatos, ministros da Fazenda, propostas e programas de governo não oferecem informações suficientes para embasar decisões de investimento. O senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) anunciou sua pré-candidatura à Presidência, exemplificando a imprevisibilidade do cenário eleitoral e a forma como o mercado precificou essa incerteza.

Historicamente, o trade eleitoral começa em abril e maio. Até lá, o conjunto de informações não é suficiente para uma tomada de decisão. O economista acredita que, historicamente, o mercado espera o início do ciclo de corte nos juros, o que pode atrair tanto investidores locais quanto estrangeiros.

O Bank of America prevê que os investidores locais, que atualmente possuem saldo negativo de captações no ano, não terão condições de negociar em volumes altos sem dinheiro em caixa. A expectativa é que isso mude no início do próximo ano, quando o Banco Central der a largada ao fazer o primeiro corte nos juros.

Sobre o apetite dos investidores estrangeiros, o economista do BofA não espera muita mudança. A expectativa do banco é de que o dólar continue fraco no mercado global, de modo que os investidores estrangeiros vão continuar migrando de mercados. O Brasil continua sendo o maior país da América Latina, enquanto a China é o maior na Ásia.

O Bank of America mantém uma posição overweight no Brasil, apoiada pelo alívio da política monetária. No México, a posição é market weight, devido ao crescimento fraco e aos riscos de reforma judicial. A revisão da USMCA (EUA, México e Canadá) pode estimular investimentos.

Apesar de reconhecer que a política monetária terá um impacto significativo na volta dos investidores para a bolsa, Beker considera a estratégia complexa. A questão do endereçamento da dívida pública é determinante para todos os ativos. O mercado terá que ficar atento às “pistas” e aos bastidores do mundo político.

Independentemente de quem ganhar nas eleições 2026, o próximo governo não conseguirá fugir da questão fiscal. O economista do BofA acredita que o cenário ideal é o próximo presidente alinhar as políticas fiscal, creditícia e monetária. Se todas as medidas estiverem sincronizadas, dentro de um plano conjunto, o resultado é um juro mais baixo no Brasil.

Em um cenário de compromisso com as contas do governo, o Bank of America vislumbra o Ibovespa em 210 mil pontos ao fim de 2026. Caso o candidato vencedor do pleito não dê nenhuma indicação de compromisso fiscal, a queda do Ibovespa seria para 130 mil pontos, conforme os modelos do banco norte-americano.

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