O economista David Beker, do Bank of America (BofA), acredita que o cenário econômico brasileiro favorece um corte na taxa Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) em dezembro. Ele destaca que a desaceleração da atividade econômica e o arrefecimento da inflação criam as condições ideais para o início de um ciclo de afrouxamento monetário ainda neste ano.
Projeções Graduais de Corte
O BofA prevê que os cortes na Selic ocorram de forma gradual ao longo de 2026, com reduções de 0,50 ponto percentual na maioria das reuniões do Copom. A projeção final para a Selic terminal é de 11,25% até o final de 2026.
Estratégia do Copom
Para atingir essa meta, o banco prevê cortes de 0,50 ponto em quase todas as reuniões de 2026, com exceção de agosto e setembro, onde serão realizados cortes de 0,25 ponto, devido à maior volatilidade do mercado com a proximidade das eleições.
Inflação e Expectativas
Apesar de a inflação projetada para o próximo ano estar acima da meta, Beker considera que não é um obstáculo significativo para o início dos cortes na Selic. Ele ressalta que o horizonte de análise da política monetária se estende de 12 a 24 meses, com foco em 18 meses.
Meta de Inflação
O BofA projeta que a inflação feche o ano em 4%, dentro do intervalo de tolerância. Essa projeção é crucial para manter o controle da inflação e influenciar as decisões do Copom.
Desafios e Incertezas
O economista reconhece que as incertezas fiscais e o aumento dos gastos em um ano eleitoral podem afetar o cenário macroeconômico. Ele enfatiza que o cenário fiscal sempre impacta o cenário macroeconômico devido à sua relevância.
O BofA acredita que há espaço para redução dos juros mesmo com o aumento de despesas previsto para 2026, desde que as expectativas fiscais não se deteriorem significativamente.
