O agronegócio enfrenta desafios significativos devido a desastres climáticos e à volatilidade nos preços das commodities, impactando o acesso ao crédito. Essa situação tem gerado preocupação para instituições financeiras como o Banco do Brasil, que recentemente lançou um programa de renegociação de dívidas para agricultores e pecuaristas em dificuldades.
Risco de Deterioração na Carteira do Banrisul
O BTG, em seu relatório, aponta um “risco de deterioração” na carteira de crédito do Banrisul. Apesar de as ações do banco gaúcho apresentarem um valor considerado acessível, o BTG mantém uma recomendação neutra para os papéis.
Impacto dos Preços e Desastres Climáticos
Produtores, especialmente aqueles ligados à produção de soja, aumentaram significativamente o uso de crédito quando os preços das commodities estavam em alta. Com o recente colapso dos preços, essas dívidas se tornaram excessivas, elevando o risco para o banco. A região Sul, por sua vez, tem sido afetada por diversos desastres climáticos, incluindo enchentes que representam a maior tragédia climática da história do país, impactando 96% dos municípios do estado.
Reestruturação da Dívida e Expectativas de Lucro
Diante desse cenário, o Banrisul buscou explicar como pretende mitigar os riscos e aumentar a lucratividade, com meta de retorno entre 14% e 15% até 2027, superior às expectativas do BTG, que projetava 11,2%. A Medida Provisória 1314, que permite a renegociação de dívidas rurais com condições especiais, deve ser um fator crucial nesse processo, reclassificando clientes com maior risco de inadimplência.
Desafios e Perspectivas
O BTG mantém a recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 12, considerando que o lucro do banco deve ser de R$ 300 milhões no terceiro trimestre, com um ROE de 11,2%. A instituição destaca que o retorno à lucratividade anterior exigirá maior apetite por riscos, em um cenário macroeconômico incerto, e uma transformação digital e cultural, desafios para um banco público e regional.