Batista Busca Mediação entre Trump e Maduro na Venezuela
Joesley Batista, proprietário da JBS (JBSS32), viajou para Caracas em uma tentativa de persuadir o presidente venezuelano Nicolás Maduro a atender a um pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que buscava uma transição pacífica do poder.
A informação foi divulgada pela agência de notícias Bloomberg em 3 de novembro.
De acordo com a reportagem, Batista se reuniu com Maduro no dia 23 de novembro, após uma ligação de Trump instando o líder venezuelano a renunciar. A Bloomberg destaca o papel de Batista como mediador, buscando amenizar as tensões entre os governos americano e venezuelano.
Autoridades da Casa Branca estavam cientes dos planos de Batista para visitar Caracas, mas não solicitaram sua viagem em nome dos EUA. A J&F SA, holding da família Batista, afirmou que Batista “não é representante de nenhum governo” em comunicado à Bloomberg.
Contexto da Influência Americana na Venezuela
A viagem de Batista ocorreu em meio a sinais crescentes de que o governo Trump está preparando operações militares na Venezuela. Washington já designou o Cartel de los Soles como organização terrorista e acusou Maduro de liderar um esquema de narcotráfico.
Os Estados Unidos têm realizado ataques letais contra embarcações que transportam drogas no Caribe e no Pacífico, e acusam Maduro de liderar um cartel de narcotráfico. Caracas nega e argumenta que o objetivo de Washington é derrubar o presidente venezuelano e tomar o controle do petróleo do país.
Operações da JBS e Âmbar Energia na Venezuela
A JBS é a maior fornecedora de carne do mundo, com mais de 70 mil funcionários nos Estados Unidos e Canadá. A Âmbar Energia está envolvida na venda de energia venezuelana para o estado de Roraima, o único excluído do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Desde 2023, Roraima compra energia da Venezuela, anteriormente utilizando termelétricas. A Âmbar, segundo a revista Piauí, estava envolvida nas negociações entre os governos venezuelano e brasileiro desde o início. Em 2024, outras empresas foram autorizadas a importar energia do país vizinho, e em 2015, a empresa tinha um contrato de US$ 2,1 bilhões com o governo venezuelano para fornecer quase metade da carne e um quarto do frango consumido pela população local, em um momento de escassez de alimentos e hiperinflação.
O presidente do Congresso da Venezuela, Diosdado Cabello, visitou plantas da JBS e jantou com a família Batista naquele ano.