BC e Selic: Expectativas de Corte em 2026 com Desafios Fiscais

Copom decide sobre Selic em 5/10: Mercado espera ajuste em 2026 com cenário fiscal favorável. Mercado avalia 25% de valorização e dólar fraco.

04/11/2025 7:16

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(Imagem de reprodução da internet).

BC e o Futuro da Selic: Análise e Expectativas

O mercado financeiro brasileiro apresenta uma valorização de 25% no ano, impulsionada por fatores globais como um dólar mais fraco e cortes de juros em economias desenvolvidas, especialmente nos Estados Unidos. Essa dinâmica tem atraído investimentos para ativos de maior risco.

A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), em 5 de outubro, deverá manter a taxa Selic em 15% ao ano.

Apesar de dados positivos de emprego terem diminuído as chances de cortes imediatos, o arrefecimento da inflação e sinais de desaceleração da economia sugerem que a política monetária do Banco Central (BC) está produzindo os resultados esperados. A possibilidade de um primeiro ajuste na taxa de juros pode ser considerada logo no início do próximo ano.

As expectativas para a Selic estão sendo influenciadas pelo relatório Focus, que aponta para uma redução nas expectativas de longo prazo, especialmente para os anos de 2027 e 2028. Esse ajuste indica maior confiança na meta de inflação e abre espaço para que o BC inicie, em breve, a normalização da política monetária.

No entanto, o mercado de trabalho aquecido, com uma taxa de desemprego em 5,6%, dificulta qualquer flexibilização da política monetária. A perspectiva de cortes de juros em dezembro parece improvável.

Ainda assim, alguns analistas continuam a vislumbrar um ciclo de redução de juros a partir de 2026, seja na primeira ou segunda reunião do ano.

A situação fiscal brasileira é um fator crucial. O déficit nominal acumulado em 12 meses atingiu R$ 1 trilhão, equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa situação, resultado da falta de coordenação fiscal e de soluções estruturais, mantém o custo da política monetária elevado.

A correção desse cenário, segundo alguns, só ocorrerá em 2027, após as eleições. A adoção de um projeto reformista capaz de restaurar a confiança no país poderia permitir que a política monetária operasse com mais segurança, possibilitando quedas mais significativas da Selic.

Até que essa situação seja resolvida, qualquer ciclo de cortes de juros tende a ser limitado em amplitude.

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