Bilionários investem em bunkers e planos para evitar ‘fim do mundo’

Bilionários e o Preparativo para um Futuro Incerte

A ficção científica, com obras como “Frankenstein”, “Blade Runner” e “O Exterminador do Futuro”, frequentemente explora cenários de tecnologias e criaturas que se voltam contra seus criadores. No entanto, a preocupação com um destino semelhante parece estar presente no radar de alguns bilionários das grandes empresas de tecnologia.

Em um contexto global marcado por guerras, crises climáticas e pandemias, a busca por segurança e resiliência tem levado alguns a se prepararem para um possível “fim do mundo”.

Essa preparação se manifesta em investimentos em bunkers subterrâneos de luxo, ilhas privadas e até mesmo planos de fuga para fora da Terra. A crescente preocupação com o avanço da inteligência artificial (IA) é um dos principais motores dessa busca por segurança.

Especialistas alertam para a possibilidade de a IA alcançar um nível de independência que pode representar um risco para a humanidade, um cenário que ecoa narrativas de filmes de ficção científica.

Figuras como Eric Schmidt, ex-diretor executivo do Google, Craig Mundie, ex-diretor de estratégia da Microsoft, e Henry Kissinger, diplomata americano, acreditam que esse cenário é uma questão de tempo. Esses bilionários já estão se precavendo, buscando soluções para mitigar os riscos associados ao desenvolvimento da IA.

Investimentos em Segurança

O exemplo mais notório é o de Mark Zuckerberg, que está gastando US$ 270 milhões (R$ 1,4 bilhão na cotação atual) para construir um espaço subterrâneo de aproximadamente 5.000 metros quadrados na ilha de Kauai, no Havaí. Esse espaço luxuoso, equipado com saídas de emergência, portas à prova de som e um estoque de alimentos capaz de encher 800 campos de futebol, é apenas um dos exemplos de como alguns bilionários estão buscando refúgios seguros.

Além de Zuckerberg, outros super-ricos, como Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, também possuem “seguros contra o apocalipse”, investindo em imóveis em locais como o Havaí e a Nova Zelândia. As opções vão além do campo terrestre, com Elon Musk e Jeff Bezos liderando planos para a exploração espacial, buscando em Marte uma alternativa para a preservação da humanidade.

Planos Espaciais

Elon Musk, dono da SpaceX e homem mais rico do mundo, defende a colonização humana de Marte e planeja levar pessoas para o planeta em voos do foguete Starship a partir de 2029. Jeff Bezos, CEO da Amazon e dono da startup Blue Origin, também investe na habitação de humanos no espaço, com a tentativa de lançamento do foguete New Glenn no último domingo (9).

Apesar do adiamento devido ao clima, a nave de 97,5 metros tem o objetivo de levar sondas para fazer pesquisas atmosféricas em Marte em parceria com a NASA. Segundo o CEO da empresa, em duas décadas haverá milhões de pessoas vivendo no espaço.

Dúvidas sobre a Inteligência Artificial

Apesar dos investimentos em segurança e planos espaciais, nem todos compartilham a mesma certeza sobre o futuro da inteligência artificial. Neil Lawrance, professor de aprendizado de máquina na Universidade de Cambridge, considera a preocupação com a inteligência artificial geral – aquela que pode ser uma ameaça para os humanos – como um exagero.

Além disso, mesmo com a evolução da inteligência das máquinas, o cérebro humano ainda se destaca com mais de 86 bilhões de neurônios e 600 trilhões de sinapses, muito mais que os concorrentes artificiais.

Vince Lynch, CEO da empresa americana de software IV.AI, também expressa dúvidas sobre a possibilidade de a inteligência artificial geral se tornar realidade e virar um risco, afirmando: “eu realmente não sei”. A discussão sobre o futuro da IA e seus potenciais impactos continua, com especialistas e visionários apresentando diferentes perspectivas sobre o tema.