Bitcoin (BTC) se aproxima dos US$ 122 mil: novos recordes iminentes ou o ressurgimento da volatilidade no mercado?

Recente alta do BTC indica otimismo devido a cortes de juros nos EUA, contudo, o aumento da volatilidade e dados de inflação podem desafiar o mercado.

11/08/2025 14:50

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Bitcoin (BTC) se aproxima dos US$ 122 mil: novos recordes iminentes ou o ressurgimento da volatilidade no mercado?
(Imagem de reprodução da internet).

As criptomoedas iniciaram a semana com forte valorização, com o bitcoin (BTC) atingindo, por um período, os US$ 122 mil e o ethereum (ETH) registrando alta de 1,65% nas últimas 24 horas, mantendo-se acima dos US$ 4 mil.

Contudo, com informações sobre a inflação nos Estados Unidos disponíveis e as recentes oscilações do mercado observadas, um antigo problema ressuscitou entre os investidores: a volatilidade.

Com o criptoativo acompanhando o otimismo macroeconômico e as expectativas de redução da taxa de juros nos Estados Unidos, em setembro, a volatilidade implícita do BTC subiu de 33 para 37 na segunda-feira (11), um avanço notável em relação aos níveis mais baixos de vários anos e um indicativo de que o período de tranquilidade no mercado pode estar chegando ao fim.

Ao fim de semana, o Ethereum liderou a alta, passando de US$ 4.000 para além de US$ 4.300, influenciando o bitcoin, que apresentava dificuldades em ampliar seus lucros. Já no começo da manhã desta segunda-feira, o bitcoin retomou a liderança, subindo de US$ 119.000 para US$ 122.300.

Especialistas utilizam uma comparação com uma competição de ciclismo, onde o líder abre espaço e gera um intervalo para os demais, retrocedendo para permitir que outro atleta assuma a liderança.

Esta é uma das poucas ocasiões em que um aumento nas principais criptomoedas incentivou o BTC a superar. Normalmente, o contrário ocorre”, declarou Alex Kuptsikevich, analista sênior da FxPro, por e-mail. “As altcoins estão, em sua maioria, fora dessa trajetória por enquanto, proporcionando uma pausa após o avanço da semana passada.

Uma nova análise da Binance revelou um aumento expressivo na participação das altcoins, que alcançou 39,2%, revertendo o cenário observado anteriormente, ao mesmo tempo em que a cotação do Bitcoin caiu para 60,6%.

Segundo especialistas, o movimento indica um aumento no apetite por risco, aprimoramento das condições macroeconômicas, expectativa de redução das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e maior interesse de instituições em futuros de altcoins e em alocações de títulos corporativos.

Durante o dia, o clima de rally diminuiu e, apesar dos avanços, a maioria das criptomoedas exibe ganhos mais modestos. De acordo com informações da CoinMarketCap, por volta das 14h30, o BTC era negociado em aproximadamente US$ 119.800.

Acompanhe o desempenho das dez principais criptomoedas nesta segunda-feira (11).

BTC e ETH: volatilidade se apresenta.

A volatilidade implícita do bitcoin subiu para 37, o patamar mais elevado das últimas semanas. O indicador demonstra as previsões do mercado sobre a variação dos preços, determinado pelo valor das opções.

Apesar do Índice de Volatilidade ainda estar em patamares baixos após longos períodos de declínio, o recente aumento gerou preocupação entre alguns especialistas. Setembro tradicionalmente apresenta baixo volume e atividade moderada, porém, o crescimento do IV indica que investidores podem estar se preparando para movimentos mais acentuados.

Dados da Checkonchain apontam que esse recente aumento foi impulsionado pelo mercado à vista, o que é visto como mais positivo do que um crescimento sustentado apenas por alavancagem. Contudo, o interesse aberto tem diminuído em agosto, o que indica que um possível aumento repentino de alavancagem pode intensificar as oscilações de preços caso o sentimento se altere.

Augustine Fan, diretor de Insights da SignalPlus, afirmou à CoinDesk que o BTC IV permanece próximo das mínimas históricas, enquanto o ETH apresentou um salto substancial.

A estrutura do ETH é invertida, com a volatilidade de longo prazo projetada para ficar próxima de 70%, enquanto a curva do BTC é o oposto – volatilidade de curto prazo comprimida, com o preço fixado em torno de US$ 62 mil. Há um mês, os mercados precizavam apenas 5% de chance de o ETH atingir US$ 4,5 mil em agosto; o preço atual superou significativamente essas expectativas.

Foco na inflação dos EUA e nas taxas de juros.

Com o aumento da volatilidade, o principal desafio ocorrerá nesta terça-feira (12) com a publicação dos dados de inflação nos EUA. A expectativa é que as tarifas de Trump tenham intensificado as pressões sobre os preços em julho.

A mediana das projeções consultadas pela Bloomberg aponta para um aumento de 0,3% no índice de preços ao consumidor, excluindo alimentos e energia, após o avanço de 0,2% registrado em junho.

Uma inflação acima do esperado pode gerar instabilidade, porém dificilmente impedirá o Fed de reduzir as taxas de juros em setembro, conforme avalia Marc Chandler, estrategista-chefe da Bannockburn Global Forex.

O estrategista também acredita que a tendência de queda do dólar pode persistir após o relatório, o que seria favorável para ativos de risco, como as criptomoedas.

Com as taxas de juros americanas ainda no patamar mais baixo de suas faixas, mesmo com a fraca repercussão do reembolso dos EUA na semana passada, suspeitamos que o mercado esteja suscetível ao que pode ser o terceiro aumento mensal consecutivo no IPCA anual e no índice núcleo. Após o relatório, suspeitamos que a tendência de queda do dólar possa ser retomada, escreveu Chandler em um relatório no domingo.

O dado fraco do emprego em julho nos EUA representou um momento decisivo que intensificou as expectativas de um corte de juros pelo Fed, interrompendo a alta de recuperação do dólar em relação à sua tendência.

Com informações da Coindesk

Fonte por: Seu Dinheiro

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