Bradesco: Resultados do 3T25 Não Satisfazem Mercado e Causam Queda em NY

Bradesco enfrenta críticas após resultados do 3T25 não atenderem expectativas. ADRs caem 6% em Nova York. Lucro de R$ 6,2 bi, mas mercado busca mais

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(Imagem de reprodução da internet).

Bradesco Apresenta Resultados que Não Satisfazem Expectativas do Mercado

Após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25), o Bradesco (BBDC4) enfrentou uma reação negativa do mercado. Investidores esperavam um desempenho mais robusto, mas os resultados não atenderam às expectativas. Desde o início da divulgação, os ADRs do banco já indicavam um humor desfavorável, com quedas de até 6% no aftermarket em Nova York e perdas de 4,65% antes da abertura dos mercados.

O resultado do 3T25 registrou um lucro líquido de R$ 6,2 bilhões, em linha com o consenso do mercado, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) de 14,7%. Apesar desses números sólidos, sustentados pelo avanço gradual do crédito e pela melhora na eficiência, o Bradesco não conseguiu impressionar o mercado, que buscava um desempenho mais expressivo.

Análise de Especialistas e Riscos Identificados

A reação dos analistas reflete o sentimento de “bom, mas não excelente” em relação aos resultados. Um gestor de ações destacou que os números foram “ok”, com uma receita ligeiramente melhor e provisões um pouco mais elevadas. Uma preocupação central é o risco de crédito em clientes corporativos de grandes empresas, especialmente devido a casos conhecidos de recuperações judiciais.

Aumento significativo de provisão para Ambipar, já noticiado, também gerou atenção.

O JP Morgan classificou o trimestre como “ok”, enfatizando a consistência da estratégia de recuperação gradual do Bradesco. A retomada da rentabilidade, conforme defendido pelo CEO Marcelo Noronha, também foi reconhecida, mas a expectativa por um desempenho mais forte ainda não foi cumprida.

Tendências Positivas e Desafios Persistentes

Apesar das críticas, alguns pontos do balanço do Bradesco são considerados positivos. A margem financeira, que atingiu R$ 18,7 bilhões, apresentou um crescimento de 13,1%, impulsionada pela carteira de crédito ampliada e pela melhora na eficiência.

A participação de crédito com garantia subiu para 59,5%, refletindo a preferência do banco por um crescimento com colateral.

A divisão de seguros continua sendo um destaque, com lucro líquido de R$ 2,5 bilhões e rentabilidade de 22,4%, impulsionada por previdência e capitalização com menores índices de sinistralidade. No entanto, a divisão de saúde apresentou um aumento na sinistralidade na base sequencial.

Visões Divergentes dos Analistas e Recomendações

Apesar das tendências positivas, os analistas apresentam visões divergentes sobre o Bradesco. A plataforma TradeMap aponta para 10 recomendações, com seis de compra e quatro neutras. A XP Investimentos manteve recomendação neutra, argumentando que a sustentabilidade de um ROE acima de 15% e o controle do custo de crédito serão decisivos para revisões positivas no futuro.

O JP Morgan também permanece neutro, indicando mais espaço para o Santander Brasil (SANB11) entre os bancos brasileiros.

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