Crédito Brasileiro: Uma Economia em Transformação
O crédito é a força motriz da economia brasileira, revelando mais sobre o país do que os indicadores tradicionais. Nos últimos anos, o desenvolvimento do crédito no Brasil prosperou, impulsionado pela inovação e diversificação do setor de meios de pagamento e do mercado financeiro.
Essa evolução trouxe desafios, especialmente em tratar todo o crédito como crédito, reconhecendo sua existência fora do modelo tradicional. O crédito indireto, com sua expansão e diversas formas, exemplifica essa revolução silenciosa. Instituições reguladas pelo Banco Central, como cooperativas e fintechs, operam em modelos B2B2C e B2B2B, criando “bancos white-label” e expandindo o acesso ao crédito.
Crédito Indireto
O crédito indireto se expande com velocidade e assume diferentes formas e canais. O consumidor está acostumado a olhar apenas a parcela, não o contrato, nem a taxa, mas há fomento econômico, junto ao risco, inadimplência e impacto sobre a renda.
Dados Relevantes
Em agosto de 2025, o estoque total de crédito no Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 6,8 trilhões, com crescimento anual acima de dois dígitos. O crédito livre, apesar das oscilações, continua forte, impulsionado pelo consignado privado e pelo crescimento das carteiras do setor público.
Novas Estruturas Financeiras
Estima-se que cerca de R$ 1 trilhão da carteira de crédito esteja fora do circuito tradicional dos grandes bancos, nas mãos de instituições menores e seus clientes. No setor de pagamentos, a ABECS aponta que mais de R$ 1,5 trilhão foi transacionado em cartões de crédito, com aproximadamente R$ 700 bilhões em parcelados sem juros.
Desafios Regulatórios
O Supremo Tribunal Federal decidiu que operações como forfait e confirming, conhecidas como “risco sacado”, não configuram crédito bancário em sentido estrito, e sim operações de risco comercial. O Ministério da Fazenda enquadrará fintechs como instituições financeiras, após investigações apontarem o uso de estruturas paralelas por organizações criminosas.
Conclusão: Um Sistema Financeiro em Evolução
O novo mapa do crédito brasileiro é descentralizado, dinâmico e inevitavelmente mais complexo. A capacidade de gerar liquidez e financiar o consumo está espalhada pela economia real, alcançando varejistas, fintechs, cooperativas e empresas que hoje funcionam não só como extensões de acesso ao crédito, mas como provocadores deste crescimento.
O Brasil, no fim das contas, financia o consumo em escala massiva, e esse modelo é aderente às suas próprias urgências e serve a um país plural, com realidades distintas e necessidades fragmentadas.
