Brasil registra recorde de famílias inadimplentes em 15 anos

Peic aponta que 13% das famílias brasileiras não conseguem pagar dívidas, recorde histórico no país.

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(Imagem de reprodução da internet).

Endividamento Familiar Atinge Nível Histórico no Brasil

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) revelou que 13% das famílias brasileiras declararam não ter condições de pagar suas dívidas. Esse percentual representa o maior registrado desde o início da pesquisa em 2010.

A inadimplência também alcançou um novo recorde, atingindo 30,5% no mês anterior, indicando uma crescente fragilidade financeira. A pesquisa, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi apresentada nesta quarta-feira (8).

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que esses dados, juntamente com a menor projeção de vendas para o Dia das Crianças, justificam a preocupação da CNC com o aumento do endividamento e as altas taxas de juros no Brasil em 2025.

Segundo a CNC, o percentual de famílias endividadas atingiu 79,2% em setembro, sendo a primeira vez desde outubro de 2022 que esse número ultrapassou 79%. Adicionalmente, 18,8% dos consumidores têm mais da metade de seus rendimentos comprometidos com dívidas.

A CNC projeta que a situação permanecerá crítica até o fim de 2025, com um aumento de 3,3 pontos percentuais no número de famílias endividadas e 1,7 ponto percentual na inadimplência, em comparação com os números de 2024.

A pesquisa também aponta que 48,7% das famílias inadimplentes estão em situação de atraso por mais de 90 dias, evidenciando o agravamento dos prazos de inadimplência e o impacto dos juros sobre o valor das dívidas.

Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, analisa que esses fatores corroboram a desaceleração do comércio, apesar do endividamento ser considerado um impulsionador das vendas.

Analisando por renda, a CNC observou uma expansão do endividamento, principalmente entre famílias com até três salários mínimos (82% em setembro). Famílias com mais de dez salários continuam sendo as menos endividadas.

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