Braskem: Cade dá luz verde à venda para fundo de Tanure e ações sobem na B3
Tribunal do Cade autoriza venda de controle da Braskem para fundo ligado a Tanure.

Braskem Dispara na Bolsa Após Aprovação do Cade e Novas Perspectivas
As ações da Braskem (BRKM5) apresentaram um desempenho positivo nesta quarta-feira (1), impulsionadas por notícias importantes sobre a possível venda do controle da companhia. A abertura do pregão registrou uma alta significativa de 5,78%, embora o ritmo tenha diminuído ao longo da manhã.
O catalisador para essa recuperação foi a aprovação do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda do controle da Braskem para um fundo ligado ao empresário Nelson Tanure. Essa decisão representa um marco crucial na negociação, que já havia sido aceita pela área técnica do regulador em julho, após questionamentos da Petrobras (PETR4).
Detalhes da Negociação e Desafios Futuros
A proposta de Tanure envolve a aquisição indireta da participação da Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem, através da NSP Investimentos e do Fundo Petroquímica Verde. A transação, se concretizada, afetaria principalmente a controladora da Braskem, sem alterar diretamente a petroquímica.
No entanto, é importante ressaltar que a aprovação do Cade não garante a venda final, pois a transação ainda depende de outros fatores, como o cumprimento de obrigações da Novonor com os bancos credores (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES) e a resolução do passivo ambiental em Alagoas, relacionado ao desastre geológico de Maceió.
Obstáculos e Perspectivas
Fontes indicam que o Fundo Petroquímica Verde hesita em assinar acordos até que haja segurança quanto à transferência do passivo ambiental. A situação financeira da Braskem, que enfrenta dificuldades para controlar o consumo de caixa e amortizar dívidas, também é um fator crítico.
Analistas defendem que uma recomposição societária, com a Petrobras assumindo o controle da Braskem, seria a solução mais viável, considerando a insatisfação da estatal com seu papel atual e a necessidade de injetar capital na petroquímica. A saída da Braskem das mãos dos bancos credores também é vista como uma possibilidade, dada a redução do valor das garantias.