BTG Pactual aposta em resistência do petróleo com tensões geopolíticas em foco

Banco mantém preço elevado por causa de tensões geopolíticas e riscos de interrupção no fornecimento de matéria-prima.

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Preço do Petróleo: Análise do BTG Pactual

O BTG Pactual avalia que o pessimismo em relação ao preço do petróleo é exagerado. A instituição acredita que o barril de Brent deve manter um preço elevado, impulsionado por tensões geopolíticas, riscos de interrupção no fornecimento e a historicamente limitada capacidade do mercado de registrar quedas drásticas.

Previsões do BTG Pactual

O consenso do mercado aponta para um piso entre US$ 50 e US$ 55 por barril, mas os analistas do BTG projetam que o Brent se sustente em torno de US$ 55 a US$ 60. Essa projeção considera a necessidade de recomposição de reservas estratégicas por parte de países como China e Estados Unidos, além da disposição da Opep em intervir com cortes de produção.

Padrões de Mercado

O banco destaca que, quando o Brent cai abaixo de US$ 60, dois comportamentos comuns se repetem: a recomposição de reservas estratégicas e a intervenção da Opep com cortes de produção. Esse padrão, reforçado pela necessidade de reinvestimentos para compensar taxas de declínio elevadas na produção, sustenta a visão do BTG de que o piso de preços é mais alto do que o mercado considera.

Pressões no Curto Prazo

No curto prazo, o BTG identifica riscos de queda, principalmente devido à retirada acelerada dos cortes voluntários da Opep+. Essa ação tem elevado a formação de estoques, pressionando o Brent, que recentemente oscilou entre US$ 66 e US$ 67 por barril. A instituição alerta que o excesso de oferta pode se intensificar se a Opep+ desfazer integralmente os cortes adicionais a partir de outubro, ampliando os riscos de queda até 2026.

Fragilidade da Oferta a Longo Prazo

A longo prazo, o BTG ressalta a fragilidade estrutural da oferta. As taxas de declínio em campos de petróleo e gás, que giram em torno de 8% e 9% ao ano, exigem investimentos massivos apenas para manter a produção estável. Desde 2019, quase 90% do capex global do setor foi direcionado a compensar perdas, e não à expansão de capacidade. Essa necessidade contínua de investimentos bilionários, somada ao desafio de projetos mais longos e resultados de exploração cada vez mais escassos, reforça a tese de que o mercado subestima a fragilidade da oferta.

Recomendações para a Petrobras

O BTG mantém a recomendação de compra para a Petrobras (PETR3, PETR4), destacando que a combinação de maior geração de caixa em 2026, derivada de maior produção, somada a menor capex e opex, pode levar os investidores a colher dividendos adicionais mais rapidamente e em magnitude maior do que atualmente precificado.

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