BTG Pactual aposta em resistência do petróleo com tensões geopolíticas no foco

Banco mantém preço elevado por causa de tensões geopolíticas e riscos de interrupção no fornecimento de matérias-primas.

26/09/2025 15:34

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Preço do Petróleo: Análise do BTG Pactual

O BTG Pactual avalia que o pessimismo em relação ao preço do petróleo é exagerado. A instituição acredita que o barril de Brent deve manter um preço elevado, impulsionado por tensões geopolíticas, riscos de interrupção no fornecimento e pela historicamente limitada capacidade do mercado de registrar quedas drásticas.

Previsão do BTG

O consenso do mercado aponta para um piso entre US$ 50 e US$ 55 por barril, mas os analistas do BTG projetam que o Brent se sustente em torno de US$ 55 a US$ 60. Essa projeção considera a necessidade de recomposição de reservas estratégicas por parte de países como China e Estados Unidos, além da disposição da OPEP em intervir com cortes de produção.

Padrões Históricos

O banco destaca que, quando o Brent cai abaixo de US$ 60, dois eventos recorrentes se manifestam: a recomposição de reservas estratégicas e a intervenção da OPEP. Esse padrão, reforçado pela necessidade de reinvestimentos para compensar altas taxas de declínio na produção, sustenta a visão do BTG de que o piso de preços é superior ao que o mercado antecipa.

Pressões no Curto Prazo

No curto prazo, o BTG identifica riscos de queda, principalmente devido à retirada acelerada dos cortes voluntários da Opep+. Essa situação tem levado ao aumento da formação de estoques, pressionando o Brent, que recentemente oscilou entre US$ 66 e US$ 67 por barril. A instituição alerta para o risco de que a Opep+ desfaça integralmente os cortes adicionais, ampliando os riscos de queda até 2026.

Fragilidade da Oferta a Longo Prazo

A longo prazo, o BTG ressalta a fragilidade estrutural da oferta. As altas taxas de declínio em campos de petróleo e gás exigem investimentos massivos apenas para manter a produção estável. Desde 2019, quase 90% do capital investido globalmente no setor foi destinado a compensar perdas, e não à expansão da capacidade. Essa necessidade contínua de investimentos bilionários, somada ao desafio de projetos mais longos e resultados de exploração cada vez mais escassos, reforça a tese de que o mercado subestima a fragilidade da oferta.

Recomendações para a Petrobras

O BTG mantém a recomendação de compra para a Petrobras (PETR3, PETR4), com preço-alvo de R$ 44. A instituição acredita que a combinação de maior geração de caixa em 2026, derivada de maior produção, juntamente com menor investimento em capital e custos operacionais, pode levar a dividendos adicionais mais rápidos e em maior magnitude do que o atualmente previsto.

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