BTG, XP e BofA avaliam “janela de oportunidade” em Minerva (BEEF3); analistas cautelosos
Bancos apontam expansão para novos mercados e risco de desalavancagem, com alertas sobre impacto no fluxo de caixa livre.

O Setor de Carne Bovina no Brasil: Oportunidades e Perspectivas
Analistas de renomadas instituições financeiras, como BTG Pactual, XP Investimentos e Bank of America (BofA), têm avaliado positivamente o cenário para o setor de carne bovina no Brasil. Após o Investor Day da Minerva Foods (BEEF3), relatórios destacam uma janela de oportunidade impulsionada por fatores como a queda na oferta global de gado e o menor rebanho dos Estados Unidos.
Minerva Foods: Uma Nova Fase de Crescimento
A Minerva Foods, liderada por Fernando Queiroz, enxerga uma oportunidade de expansão nas exportações, aproveitando o aumento da demanda internacional. A empresa busca consolidar sua posição no mercado, com aberturas semanais de novos mercados, impulsionadas pela produção de grãos, que se tornou menos viável no Hemisfério Norte.
Integração de Ativos e Expectativas Financeiras
A integração de ativos da Marfrig (MRFG3) pela Minerva (BEEF3), inicialmente prevista para 18 meses, foi concluída no terceiro semestre de 2025. Essa movimentação, segundo a Minerva, deve resultar em uma taxa de utilização da capacidade entre 75% e 80% no quarto trimestre de 2025, com projeções de receita líquida entre R$ 50 bilhões e R$ 58 bilhões para 2025 e EBITDA entre R$ 4,75 bilhões e R$ 5,25 bilhões.
Análises e Recomendações de Investimento
A XP Investimentos, por exemplo, se surpreendeu com a mudança de foco da Minerva, que antes era focada em trading, agora busca se aproximar do consumidor final. A corretora mantém a ação como sua top pick (com recomendação de compra, preço-alvo de R$ 7,90 e potencial de alta de 16,01%) dentro do universo de Agronegócio, Alimentos e Bebidas.
Desalavancagem e Riscos Futuros
O Bank of America, por outro lado, destaca o foco na desalavancagem da Minerva, com projeções de redução da relação Dívida Líquida/Ebitda para entre 2,5x e 2,8x até o final de 2025, com o objetivo de cair abaixo de 2,5x até o terceiro trimestre de 2026, permitindo o pagamento de dividendos. No entanto, o BTG Pactual aponta riscos para o fluxo de caixa livre, com a expectativa de que o ciclo no Brasil se inverta, elevando os preços do gado e a ação se aproximando de sua média histórica de avaliação.