C&A surpreende na B3: varejista supera ceticismo com estratégia inovadora
Varejista impulsiona resultados com coleção renovada, precificação inteligente e retorno da concessão de crédito própria.

C&A: A História de um Investidor e a Valorização Surpreendente
Um investidor compartilhou uma experiência marcante: “Eu tenho uma história triste. Eu tinha ação da C&A (CEAB3) e vendi a R$ 3…”, confessou, com um misto de arrependimento e resignação, ao ser questionado sobre a impressionante valorização da varejista de moda nos últimos anos. Essa história ilustra a trajetória de um papel que, após um período de baixa, alcançou um crescimento notável.
A Trajetória de Valorização da C&A
A última vez que a ação da C&A negociou nessa faixa de R$ 3 foi no início de 2023. Desde então, a ação entrou em uma trajetória de alta consistente que surpreendeu qualquer cético. Em junho passado, bateu a máxima de R$ 19,94. Até o fechamento de sexta-feira (3), o papel saía a R$ 15,14. Neste ano, a alta acumulada supera 100% — uma valorização de mais de 400% desde a venda inicial pelo gestor.
Fatores que Impulsionaram a Valorização
A análise de um analista revelou que a recuperação da C&A não foi fruto de um único fator. Após o IPO em 2019, a pandemia e o período de resultados modestos, a administração da empresa implementou uma série de estratégias que contribuíram para a valorização. A primeira foi a compra da ação após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022, quando a C&A gerou cerca de R$ 750 milhões de caixa, avaliando-se a empresa em cerca de R$ 500 milhões na bolsa.
Estratégias da C&A
A empresa aprimorou sua heurística de abastecimento das lojas, focando em coleções voltadas para o dia a dia e deixando de lado a moda perecível. Além disso, a C&A abandonou a categoria de “fashiontronics”, deixando de vender celulares, relógios e eletrônicos. A empresa também aprimorou sua logística, adotando o sistema de “push & pull”, com precificação dinâmica nas lojas, ajustando os preços conforme a demanda. A C&A também estudou o modelo de negócio das concorrentes asiáticas, notadamente a Shein.
A Importância do Crédito
Um ponto crucial para a melhora financeira e operacional da C&A foi o retorno ao crédito, com uma oferta bem estruturada e um comitê financeiro composto pelo CEO, Paulo Correa, além de Peter Furukawa, CEO da Lojas Quero-Quero; e Jamil Saud Marque, CFO e COO do banco Neon. A C&A retomou o crédito, o que impulsionou o crescimento da empresa.
Conclusão
A história da C&A é um exemplo de como uma gestão estratégica e adaptável pode transformar o destino de uma empresa. A valorização da ação reflete o sucesso da empresa em superar desafios e implementar estratégias inovadoras. A trajetória da C&A demonstra que, mesmo em um mercado competitivo, é possível alcançar resultados surpreendentes com planejamento e execução eficazes.