A situação do Banco Master tem gerado preocupações no setor financeiro. O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou que a crise não representa um risco sistêmico para o sistema financeiro brasileiro. Segundo ele, o principal perigo reside no impacto na reputação do setor.
Intervenção de Campos Neto
Em entrevista à GloboNews, em 27 de setembro, o atual vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, expressou confiança na capacidade do Banco Central e de suas equipes. Ele enfatizou o rigor técnico na análise da situação e a solidez das instituições responsáveis pela regulação.
Detalhes da Negociação
Campos Neto informou ter conhecimento das negociações entre o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master apenas através da imprensa. Ele esclareceu que a aquisição não foi tratada durante sua gestão como presidente do Banco Central.
Problemas do Banco Master
A crise do Banco Master veio à tona em março, com uma operação estimada em R$ 2 bilhões. O banco, liderado por Daniel Vorcaro, destacava-se pelo alto custo de captação de recursos e investimentos considerados de alto risco, como CDBs com remuneração acima de 40% e investimentos em precatórios e empresas em dificuldades.
Investigações e Decisões Judiciais
Órgãos de controle, como o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e o Ministério Público de Contas do DF (MPCDF), solicitaram esclarecimentos e acesso ao processo de aquisição. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) suspendeu a assinatura do contrato devido à falta de aprovação da Assembleia de Acionistas e autorização legislativa, mas a decisão foi revertida.
Aprovação do Cade e Dificuldades Financeiras
Em junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o acordo sem restrições, considerando que a operação não representava riscos à concorrência. No entanto, em setembro, o Banco Master enfrentou dificuldades financeiras, citando falta de viabilidade econômica e risco de sucessão.
Atualmente, o banco possui compromissos financeiros significativos, incluindo uma fatura para investidores e outra para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que já foi estendida para o início de novembro.
Situação Atual
O Banco Master enfrenta desafios financeiros, com uma fatura para investidores e outra para o FGC, totalizando R$ 4 bilhões. A data de vencimento da fatura para o FGC foi adiada para novembro.
