O Conselho de Administração da Casas Bahia aprovou, na terça-feira, 30 de agosto, um aumento significativo no capital social da empresa. A decisão, formalizada com base no artigo 166 da Lei das Sociedades Anônimas, se enquadra dentro dos limites estabelecidos no estatuto social da companhia, sem a necessidade de modificações no documento.
A medida foi comunicada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e faz parte de um processo de reestruturação que a Casas Bahia tem implementado desde 2023. O objetivo principal é diminuir o peso da dívida, um dos principais desafios enfrentados pelo varejo em um cenário de juros elevados.
Recentemente, em 17 de julho, a empresa já havia aprovado um conjunto de ações para melhorar seu perfil de endividamento. Isso incluiu o alongamento de prazos para o pagamento de dívidas, o que alivia a pressão financeira no curto prazo e oferece à Casas Bahia maior flexibilidade para fortalecer seu capital no futuro.
O valor total do aumento de capital é de R$ 1,032 bilhão. Destes, R$ 10.318.925,88 serão diretamente destinados à conta de capital social, enquanto o restante será alocado na conta de reserva de capital.
Detalhes da Emissão de Ações
A operação envolve a emissão de 278.138.164 novas ações ordinárias, todas nominativas e escriturais. Essas ações surgiram da conversão de debêntures da 3ª série da 11ª emissão. Essa conversão altera o capital social da Casas Bahia, que passará de R$ 7.098.241.572,51, com 653.878.398 ações, para R$ 7.108.560.498,39, com 932.016.562 ações ordinárias.
Impacto nos Acionistas
Segundo o Safra, essa medida implica um custo para os acionistas, conhecido como diluição. Para mitigar esse impacto, o banco manteve, em novembro, uma estratégia específica.
Reestruturação e Redução da Dívida
Em 2023, o Grupo Casas Bahia iniciou um processo de reestruturação da sua dívida. A conclusão desse processo, em 30 de agosto, prevê a redução do endividamento da varejista em R$ 3 bilhões. Além disso, a empresa estima economizar R$ 4,7 bilhões em despesas financeiras entre 2026 e 2030.
Como parte dessa reestruturação, a empresa emitiu uma nova debênture, sua 11ª, no valor de R$ 2,4 bilhões. O vencimento das debêntures da 1ª e da 3ª série foi alterado para 28 de novembro de 2050, adiando o pagamento final dessas dívidas para um horizonte de longo prazo.
Essa medida visa fortalecer a estrutura financeira da Casas Bahia, proporcionando maior flexibilidade para futuras operações e investimentos.
