China avalia adoção de modelo da UE para importação de carne; saiba o impacto para o Brasil
As sanções primordiais contempladas na legislação do bloco incluem a interrupção do comércio de importação, a confisco ou a eliminação total de mercador…

O setor de carne brasileiro se encontra entre os que sofrem com os impactos da tarifação de Trump, após não evitar a taxa de 50%. Atualmente, o segmento pode encarar um novo desafio, e este se deve ao principal destino das exportações do produto nacional.
A avaliação da China sobre a adoção de padrões ambientais comparáveis aos da lei antidismatamento da União Europeia, conforme declarado pelo diretor de Sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez.
Recebemos, na Marfrig, recentemente uma delegação grande do governo chinês e eles também pensam em fazer exigências semelhantes”, afirmou. Ele destacou que a tendência de maior rigor ambiental “é inevitável” e não deve se limitar à União Europeia.
De acordo com Pianez, o Brasil deve iniciar a preparação para o aumento das regulamentações contra o desmatamento. “O mercado lá fora cada vez mais implementa um nível elevado de exigência ambiental. Quando há uma realidade de mercado desse tipo, é muito pouco provável que seja revertida. Precisamos ter uma visão de adaptação”, afirmou.
O que o Brasil pode esperar da China com base na legislação da UE
Em 2022, o bloco aprovou a legislação que estabelece que as empresas só poderão vender produtos na UE se o fornecedor tiver emitido uma declaração de “due diligence”, atestando que produtos como carne, couro, soja e café não originam-se de terras desmatadas.
As principais sanções incluem a suspensão do comércio importador, a apreensão ou destruição total de produtos, além de multas financeiras que podem atingir até 4% do faturamento anual da empresa responsável.
A norma deverá entrar em vigor já no final de 2024. Contudo, os parceiros comerciais da União Europeia que seriam impactados pela legislação solicitaram o adiamento, o qual foi aprovado pelo parlamento europeu. Dessa forma, a lei passará a ser aplicada ao final deste ano.
Na época, o governo brasileiro sustentou que o principal entrave seria a incompatibilidade entre a nova legislação europeia e as normas ambientais nacionais. O Código Florestal do Brasil determina que as propriedades rurais devem manter uma área preservada, ao passo que outra pode ser utilizada para a produção agropecuária.
Ademais, a administração projetava que a lei poderia causar um impacto de cerca de 15 bilhões de dólares nas exportações de produtos básicos do país.
Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil.
Fonte por: Seu Dinheiro