Cidadãos brasileiros não recuperam valores entre R$ 10 mil e R$ 50 mil provenientes de investimentos “invisíveis” de familiares falecidos — confira o que deve ser feito nessa situação
A dor, combinada com a complexidade burocrática e a ausência de aconselhamento financeiro, leva as famílias a negligenciar seus bens não declarados.
A perda de um familiar próximo acarreta prejuízos financeiros. Devastadas com o falecimento, as famílias brasileiras deixam de recuperar, em média, entre R$ 10 mil e R$ 50 mil em bens ocultos aos quais o indivíduo deceduto tinha direito.
A Planeje Bem, a primeira plataforma digital brasileira focada em planejamento sucessório e suporte pós-perda, realizou o levantamento.
A diretora executiva e fundadora da Planeje Bem, Carolina Aparício, aponta como principal razão para o prejuízo o desconhecimento dos direitos financeiros e sociais referentes aos ativos do falecido, denominados “ativos invisíveis”.
Juntamente com o luto, a burocracia e a ausência de orientação financeira, as famílias negligenciam a recuperação de valores.
É comum que as pessoas acreditem que todos os bens e direitos passam obrigatoriamente por inventário. No entanto, existem diversos ativos que podem ser resgatados de forma simples, desde que se saiba onde e como procurar”, afirma Aparício.
Muitos desses valores são negligenciados por falta de orientação clara no momento do luto, que já é delicado.
Onde se encontram os ativos intangíveis?
Com base na análise dos clientes atendidos pela plataforma, os ativos intangíveis mais frequentemente esquecidos pelas famílias, juntamente com o percentual de negligência, são os seguintes:
Existem outros ativos invisíveis menos divulgados, mas o levantamento não divulgou o percentual de esquecimento. São os seguintes:
A Planeje Bem aponta que muitos recursos de menor valor podem ser obtidos diretamente, sem a necessidade de levantamento de dados, contudo, isso demanda cumprir prazos legais e realizar uma documentação específica, que é desconhecida pela maioria das famílias.
A maior parte dos pedidos e das verificações pode ser realizada online, contudo, é necessário ser feita com rapidez, pois os benefícios podem expirar.
O STF poderá determinar que o Leão forneça uma colher de chá para aqueles que realizarem antecipação de herança por meio de doações em vida.
Arquivos de vítimas desaparecidas.
Os perfis de clientes que mais se esquecem dos ativos intangíveis são os seguintes, de acordo com a pesquisa:
Homens representam de 65% a 70% dos casos de esquecimento, enquanto mulheres correspondem de 30% a 35%.
A faixa etária predominante é de 25 a 45 anos. A Planeje Bem sugere uma necessidade de conscientização na juventude, em uma fase em que a organização financeira frequentemente acompanha múltiplas responsabilidades.
Parentesco familiar: frequentemente, homens entre 25 e 40 anos que negligenciam os benefícios são sobrinhos, filhos ou netos do falecido, além do gerenciamento financeiro daquela pessoa. Após concluir as formalidades mais básicas, como questões do funeral, esses familiares retomam suas atividades e deixam os prazos vencerem.
As principais causas
A diretora executiva da Planeje Bem atribui a razão do descaso com o DPVAT ao impacto das famílias após uma perda resultante de acidentes de trânsito inesperados.
O caráter imprevisível dos óbitos causados por acidentes de trânsito e o intenso sofrimento emocional resultam no atraso na busca por tais direitos. Muitas vezes, a pessoa reconhece que possui algo, mas adia a reivindicação. Com o tempo, ela acaba desistindo, conforme explica Carolina.
Em relação aos benefícios trabalhistas, a diretora da Planeje Bem afirma que, se os herdeiros concordarem, não é preciso aguardar o inventário para receber os valores.
Em certas situações, mesmo com inventário em curso, o valor é considerado no processo, mas frequentemente, se os herdeiros concordarem com base em um esboço judicial, eles podem efetuar a solicitação de resgate.
Quanto às contas bancárias, investimentos e consórcios, Carolina afirma que a implementação do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central tem auxiliado os herdeiros a recuperar os valores, embora o esquecimento do falecido ou dos direitos decorrentes de casamentos anteriores possa aumentar o desconhecimento.
Para reduzir o acúmulo de ativos não declarados, a diretora da Planeje Bem recomenda que cada pessoa, enquanto estiver viva, dialogue com a família sobre os bens que detém e realize um planejamento sucessório.
Ao contrário do que muitos pensam, discutir sobre a morte não é um tabu. É um processo natural da vida que pode evitar grande confusão após a partida, afirma Carolina.
Com informações da Agência Brasil.
Fonte por: Seu Dinheiro
Autor(a):
Redação
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