Citi Impacta Setor Elétrico: Auren, Axia e Engie Sob Scrutínio
Citi divulga relatório com novas estimativas para Auren, Axia Energia e Engie Brasil. Banco projeta alta nos preços de energia até 2030.
Novo Relatório do Citi Impacta Setor Elétrico Brasileiro
O Citi divulgou um relatório recente sobre o setor elétrico brasileiro, trazendo novas estimativas e recomendações para empresas-chave como Auren (AURE3), Axia Energia (AXIA3), anteriormente conhecida como Eletrobras, e Engie Brasil (EGIE3). O documento centraliza-se em mudanças significativas nas projeções de preços de energia e nos valores de longo prazo para essas empresas.
Uma das principais alterações apontadas pelo banco é a incorporação de preços de energia mais elevados entre 2026 e 2030. O Citi estima um aumento, elevando o valor de longo prazo para R$ 180/MWh, um aumento em relação aos R$ 150/MWh anteriormente considerados.
Essa mudança reflete uma tendência de alta nos preços da energia no Brasil, impulsionada pela expansão da geração distribuída (GD), pela maior intermitência do sistema elétrico e por uma postura mais conservadora da ONS (Operador Nacional do Sistema) na precificação de risco.
Recomendações do Citi e Impacto nas Empresas
A Auren (AURE3) recebeu uma recomendação de “neutra”, com um preço-alvo revisado de R$ 12 para R$ 13. A companhia foi rebaixada devido a um valuation mais apertado e maior alavancagem financeira. Em seu último balanço trimestral, divulgado em novembro de 2025, a Auren reportou um prejuízo líquido de R$ 403,7 milhões, atribuído a impactos negativos na geração de suas usinas renováveis e hidrelétricas.
Esse resultado reverteu um período de lucro de R$ 197,2 milhões registrado no ano anterior.
O CEO da Auren, Fabio Zanfelice, em entrevista à Reuters, destacou que a expectativa de piora na geração renovável já era prevista devido à sazonalidade da produção de energia e aos eventos inesperados, como o crescimento da geração distribuída e a queda no consumo de energia em 2024.
Curtalments e Novas Projeções
O relatório do Citi também aborda o problema do “curtailment”, que ocorre quando usinas precisam reduzir ou interromper a produção devido à falta de demanda. As projeções indicam que até 2030, a queda na produção de energia eólica será de 20% e a de energia solar de 30%, com reduções para 15% e 25% após esse período.
A Auren é a empresa mais vulnerável a esse tipo de mecanismo.
Recomendações para Axia Energia e Engie Brasil
A Axia Energia manteve a recomendação de “compra”, com um preço-alvo revisado de R$ 51 para R$ 66. A Engie Brasil continua com recomendação “neutra”, com o preço-alvo ajustado de R$ 30,71 para R$ 32. O Citi destaca que a Axia Energia é uma das principais escolhas, com uma taxa interna de retorno (IRR) de 9,2%.
Regulamentação e Benefícios da Lei Luz do Povo
Enquanto o mercado elétrico se ajusta às novas expectativas, o governo avança com medidas para aliviar o bolso dos consumidores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a regulação da Lei nº 15.235/2025, que instituiu o programa Luz do Povo.
Essa lei garante isenção total da conta de luz para famílias de baixa renda inscritas na Tarifa Social, desde que o consumo mensal seja de até 80 kWh. Além disso, a regulamentação inclui o Desconto Social, voltado para famílias com renda per capita entre meio e um salário-mínimo, inscritas no CadÚnico, com uma tarifa reduzida para consumo de até 120 kWh mensais.
Autor(a):
Redação
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