Comitê informal é criado para conter crise do metanol após denúncia de ligação com crime organizado

Lewandowski cita operação irregular no setor de combustíveis e lança comitê informal para mitigar crise do metanol, após reunião com a indústria.

07/10/2025 14:13

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Intoxicações por Metanol: Governo Federal Investiga Possível Envolvimento do Crime Organizado

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, que o governo federal está investigando a possibilidade de participação do crime organizado nos casos recentes de intoxicação por metanol. A hipótese surgiu após reuniões com o setor produtivo. Essa avaliação já havia sido negada pelo governo de São Paulo.

Em entrevista a jornalistas, Lewandowski ressaltou que as investigações estão em estágio inicial, mas que a Polícia Federal está atuando em duas frentes distintas: verificar a origem do metanol, seja ela vegetal ou fóssil. A investigação se concentra em identificar a fonte do produto.

Operação Carbono Oculto e a Investigação da Polícia Federal

O ministro mencionou a Operação Carbono Oculto, que visa combater fraudes, lavagem de dinheiro e sonegação no setor de combustíveis. A operação, que envolveu o abandono de diversos caminhões, é uma das linhas de investigação da Polícia Federal nesse caso.

Análise do Envolvimento do Crime Organizado

Lewandowski esclareceu que a menção ao crime organizado não se limita a facções criminosas com siglas específicas. Ele afirmou que poderá “solicitar eventualmente a cooperação do ministério público para explorar a vertente criminosa”. A investigação busca determinar se há uma conexão entre os casos de intoxicação e atividades ilícitas.

Ações do Governo Federal

O Ministério da Justiça anunciou a criação de um comitê informal para facilitar a troca de informações, monitorar as providências e integrar laboratórios e órgãos de fiscalização. Uma página no site do ministério também será disponibilizada para divulgar os encaminhamentos da investigação.

Participantes do Encontro

O encontro contou com a presença da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas), da ABBD (Associação Brasileira de Bebidas Destiladas), da CNI (Confederação Nacional da Indústria), do FNCP (Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade) e da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação), além de representantes dos ministérios da Agricultura, Saúde, Indústria e Comércio e da Receita Federal.

Número de Estabelecimentos Suspeitos e Notificações

Dados da Senacom (Secretaria Nacional do Consumidor) indicam que o governo federal identificou 30 estabelecimentos suspeitos. 25 distribuidores ou associações foram notificados para fornecer informações sobre possíveis irregularidades.

Frentes de Trabalho da Senacom

A Senacom estruturou três frentes de trabalho para lidar com o caso: informação – comunicação rápida entre autoridades e setor privado; fiscalização e repressão – identificar fornecedores de bebidas adulteradas; e soluções técnicas – articulação com centros de pesquisa e desenvolvimento de testes rápidos.

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