Revisão Jornalística: Copom Adota Tom Mais Suave na Ata
A ata divulgada nesta terça-feira (11) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central apresenta uma mudança significativa em relação ao comunicado da última quarta-feira (5), demonstrando um tom mais brandido e, portanto, mais “dovish” (suave) em relação aos próximos passos da Selic.
A divergência de postura, que tem se tornado recorrente nas comunicações recentes, já gerou reações e análises no mercado financeiro.
Inicialmente, o comunicado de setembro indicava uma avaliação contínua sobre a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, sem garantia de que essa medida seria suficiente para alcançar a convergência da inflação à meta. No entanto, a ata atualizada revela maior confiança de que a manutenção desse patamar de juros por um período “bastante prolongado” será eficaz.
Essa mudança de perspectiva, que enfatiza a suavidade, contrasta com a postura mais “hawkish” (rígida) do encontro anterior.
Um ponto crucial dessa nova abordagem é a ausência de um parágrafo que alertava para “expectativas desancoradas” e a necessidade de juros “significativamente contracionistas”, como era comum nos comunicados anteriores. Essa remoção reforça o tom dovish, indicando uma leitura mais otimista do cenário inflacionário, considerando a melhora esperada da inflação corrente e das expectativas, além da confiança na desaceleração da atividade doméstica.
Além disso, a ata incorpora uma estimativa preliminar do impacto da isenção do Imposto sobre a Renda (IR) no cenário de referência da reunião de novembro. O Copom reconhece a incerteza dessa estimativa e se compromete a monitorar os dados para calibrar seus impactos.
Essa postura conservadora, reforçada por exemplos recentes de medidas fiscais e creditícias que não geraram divergências significativas, demonstra cautela e foco em evidências concretas.
