Copom mantém Selic em 15% e adota postura cautelosa diante do risco fiscal
Copom mantém Selic em 15% — Banco Central adota postura cautelosa diante da inflação e incertezas fiscais.
O Comitê de Política Monetária (Copom) da Banco Central decidiu nesta quarta-feira (10) manter a taxa Selic em 15% ao ano. Essa decisão, tomada por unanimidade, refletiu a expectativa do mercado e marca a quarta reunião consecutiva em que o Copom preserva as altas taxas de juros, o nível mais elevado desde 2006.
A reunião ganhou destaque por ocorrer simultaneamente com a decisão do Federal Reserve, nos Estados Unidos, um evento conhecido como “superquarta”. O anúncio do Copom ocorreu após as 18h e reforçou a postura da autoridade monetária diante da persistência da inflação e da incerteza fiscal.
Desafios da Inflação e Projeções de Mercado
O principal desafio do Banco Central continua sendo a inflação, que permanece acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional. As projeções do mercado indicam que a inflação deve se manter em 4,40% em 2025 e 4,16% em 2026, ambos acima do objetivo oficial.
As projeções futuras, como 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028, demonstram que a convergência da inflação até o centro da meta é um processo difícil, mesmo com a Selic em patamar elevado.
Expectativas sobre o Início dos Cortes de Juros
O mercado financeiro está dividido quanto ao momento do início do ciclo de cortes na taxa Selic. Algumas instituições projetam o início dos cortes em março de 2025, enquanto outras acreditam que a redução só ocorrerá em janeiro de 2026.
O Banco Pactual, por exemplo, prevê o primeiro corte em 2026, levando a Selic para 14,75%, enquanto o C6 Bank acredita em cortes a partir de março de 2025, imaginando a taxa encerrando 2026 em 13%.
Risco Fiscal e a Postura do Copom
O componente fiscal continua sendo um dos principais entraves para o Banco Central. A combinação de aumento de gastos e dúvidas sobre a trajetória da dívida pública eleva o prêmio de risco, pressionando as expectativas de inflação. José Aureo Viana, economista da Blue3, destaca que o Copom reconhece melhorias recentes na inflação e na atividade, mas permanece cauteloso devido às incertezas fiscais.
O Banco Central também considera projeções que chegam ao segundo trimestre de 2027, pois os efeitos da Selic demoram de seis a 18 meses para atingir totalmente a economia.
Autor(a):
Redação
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