Copom mantém Selic em 15% e incertezas sobre cortes em 2026: o que esperar?

Copom mantém Selic em 15% em 2025 e aguarda para cortar juros em 2026. Mercado divide-se entre corte em janeiro ou março.

10/12/2025 19:13

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(Imagem de reprodução da internet).

Manutenção da Selic em 15% no Copom em 2025

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10), consolidando a quarta decisão consecutiva na mesma meta. O mercado, composto por indústria, política e demais participantes da economia, aguardava com grande expectativa o comunicado do comitê, visando identificar a possibilidade de início de cortes na Selic nos primeiros meses de 2026, inclusive janeiro.

A decisão sobre a Selic, no entanto, não foi o foco principal da reunião.

O comunicado do Copom destacou o mercado de trabalho resiliente e as expectativas de inflação futura ainda acima da meta. Um trecho que poderia indicar a abertura para cortes na Selic, a frase sobre “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, também permaneceu no documento.

A introdução de um trecho que abordasse a “dependência dos dados para avaliar a estratégia em curso” também não foi incluída.

A revisão da inflação no horizonte de análise do comitê, que é de 18 meses à frente, até o segundo trimestre de 2027, apresentou uma redução da projeção de 3,3% para 3,2% em novembro, para dezembro. A principal incerteza reside no período entre janeiro e março, com a maioria do mercado dividido entre a expectativa de um corte em janeiro (48,4%) ou março (43,5%).

Transição na Diretoria do Copom

A reunião marcou a conclusão dos mandatos de Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, e Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução. A nomeação dos substitutos deve ocorrer no início do próximo ano, após aprovação do Senado Federal.

O clima atual entre Executivo e Legislativo não sugere um debate sobre o assunto.

A equipe técnica do Banco Central, responsável pelo embasamento das decisões sobre juros e sua comunicação ao mercado, desempenhou um papel crucial ao longo de 2025. A organização do sistema financeiro e resolução do sistema financeiro também foram importantes, como no indeferimento da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).

Análise do Mercado

Segundo uma pesquisa do BTG Pactual com 62 agentes financeiros, mais de 70% das estimativas para a Selic ao final de 2026 se concentram na faixa de 12% (36,7%) a 12,50% (36,7%). Considerando a estimativa de inflação para o próximo ano, de 4,2% ao ano, ainda estamos falando de um juro real no nível de 8%, o que é considerado bastante restritivo.

A taxa neutra (que não impulsiona e nem contrai a economia) é de 5%.

Luis Felipe Vital, estrategista-chefe de Macro e Dívida Pública da Warren Investimentos, acredita que o processo de transição será natural, ainda que possa ter atrasos e ser mais prolongado que o ideal. “As informações e análises que embasam a decisão do Copom vêm da equipe técnica do Banco Central.

A posição do colegiado trabalha dentro da institucionalidade, com muitas regras.”

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